quarta-feira, 5 de novembro de 2008

HISTÓRIAS DE GURUPI RETRATADAS COM BOM HUMOR

Zacarias Martins

Histórias de Gurupi retratadas com bom humor




Numa iniciativa do curso de Letras do Centro Universitário UnirG, em parceria com a Fundação Cultural de Gurupi (FCG) e a Academia Gurupiense de Letras (AGL), o escritor e jornalista Zacarias Martins lança o sétimo livro individual de sua carreira: "Histórias da História de Gurupi", editado por Edições AGL, um selo editorial da academia.

A noite de autógrafo acontece no dia 11, às 20h, no Centro Cultural Mauro Cunha. Na oportunidade, será exibido um vídeo-documentário produzido pelos acadêmicos do curso de Jornalismo da UnirG, e que faz uma abordagem sobre essa cidade, que ficou conhecida como a "Capital da Amizade".

De acordo com o gerente de Literatura da Fundação Cultural do Tocantins, Osmar Casagrande, que assina o prefácio da obra, Zacarias Martins lança um olhar crítico sobre os acontecimentos de sua cidade, e o resultado disso é um livro com páginas repletas de humor, ainda que às vezes ácido (o defuntódromo é um desses casos).

Casagrande destaca que, no percorrer do desenvolvimento dos textos, tem a viagem do escritor, que observa os lances da realidade com olhos críticos de sonho, mas também existe a crítica orientada pelo trabalho do jornalista engajado com sua realidade, sua cidade, seus cidadãos.

O escritor explica que o livro é fruto de um trabalho despretensioso, composto por 11 crônicas especialmente selecionadas e que já foram publicadas pela imprensa tocantinense. O autor completa que, dessa forma, faz a sua estréia em livro como cronista, já que as publicações anteriores eram todas no gênero de poesia. O livro é ilustrado com fotos que retratam a cidade em várias épocas.

Martins expôs que os assuntos abordados em sua obra são fatos corriqueiros que aconteceram em Gurupi, desde a década de 1980, e que ele buscou retratar na sua visão crítica, porém, sempre com uma boa pitada de humor.

"Espalhou-se um boato, certa vez, de que tinham deixado uma bomba na agência da Caixa Econômica Federal. A polícia foi acionada, o prédio foi evacuado, as ruas nas proximidades foram tomadas por policiais. Mais tarde, descobriu-se que se tratava de uma bomba d'água, dessas que se utiliza em cisternas", citando um dos fatos por ele narrado no livro.

Mestranda em Teoria e Crítica Literária pela Universidade Católica de Goiás, a professora universitária Maria Wellitânia de Oliveira Cabral observa que as crônicas de Zacarias Martins registram o apelo do cidadão gurupiense situado em determinações que limitam a sua comunicação e o seu reconhecimento pleno. "Como jornalista, Martins busca oferecer ao público leitor informações sobre fatos ocorridos em Gurupi. Essas informações são passadas de maneira clara e verdadeira.", afirma, ressaltando que, dessa forma, o autor demonstra a convicção de que esses textos contribuem para cidadania, e que a sociedade precisa dispor de fontes de informações que possam permitir conhecer o que se passa em sua volta.

A professora Wellitania ressalta que a importância desse trabalho se faz pelo registro de fatos que poderão servir de auxílio para o futuro pesquisador ou estudioso da história da cidade e do povo de Gurupi. A obra é um conjunto de reflexões que acentua profunda admiração de seu autor pelo universo artístico-cultural, sem comprometer seu aspecto crítico em relação à sua função jornalística. Evidencia os dramas humanos e as relações político-sociais, focalizando as experiências vivenciadas pelo escritor.

Perfil do autor

Poeta, jornalista, cronista, conferencista e ativista cultural, Zacarias Martins é militante ativo no jornalismo impresso e on-line. Foi editor de Perfil (a primeira revista informativa do Tocantins - 1989) e correspondente de vários jornais tocantinenses, entre os quais, O Progresso (Araguaína), Diário Tocantinense (Palmas), O Jornal (Palmas), além do Cinco de Outubro (Goiânia-GO). Em Gurupi, foi repórter da Folha do Tocantins, Gazeta Esportiva do Tocantins e A Notícia. É articulista do jornal Cocktail, tendo participado de sua fundação em 1990, e, até hoje, mantém a coluna semanal Pinga-Fogo.

Trabalhou como Assessor de Imprensa da Prefeitura de Gurupi nas gestões dos prefeitos Tadeu Gonçalves e João Cruz. Atualmente, é Assessor de Imprensa do Hospital Regional de Gurupi, diretor da Regional Sul da Associação Tocantinense de Imprensa, integrante da Associação de Artes de Gurupi e fundador da Academia Gurupiense de Letras e da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Tocantins. É membro correspondente da Academia Imperatrizense de Letras.

Foi Diretor de Cultura de Gurupi na gestão do prefeito Jacinto Nunes da Silva. Integrou o primeiro colegiado do Conselho Estadual de Cultura de Tocantins (1989-1990). Em 1990, também participou da fundação da Academia Tocantinense de Letras, na qual ocupa a Cadeira de nº 21. Também integrou o primeiro colegiado do Conselho Municipal de Cultura de Gurupi, sendo eleito o seu primeiro presidente (1999-2000). Desde 1994, integra os quadros da Academia Brasileira de Jornalismo, tendo como patrono o jornalista Costa Rego.

Dentre as condecorações que Zacarias Martins recebeu em reconhecimento a seus serviços prestados à Cultura, afloram com destaque a Medalha da Ordem do Mérito da Cultura e Cavaleiresca de Santo Amaro, no Grau de Comendador; a Medalha do Mérito Cultural D. Pedro II e o Título Honorífico de Cidadão Gurupiense, outorgado pela Câmara Municipal de Gurupi, além da Medalha do Mérito Acadêmico, outorgada pela Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias.

É Senador da Cultura, representante do Estado do Tocantins no Congresso da Sociedade de Cultura Latina do Brasil.

Obras publicadas

• Transas do Coração (1978)

• O Poeta de Belém (1979)

• Poetar (1980)

• O Profeta da Felicidade (1984)

• Vox Versus (1986)

• Pinga-Fogo (2004).


Por Heliana Oliveira
Fonte: Jornal O Girassol de Palmas - TO. - 21/10/2008 (www.ogirassol.com.br)


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