quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Gurupi entra no circúito das Rodas de Leitura


Por Zacarias Martins

Numa parceria entre a Academia Gurupiense de Letras (AGL) e a Fundação Cultural do Tocantins (FCT), em novembro acontece a primeira versão do Projeto Rodas de Leitura. O evento integra as comeorações alusivas ao aniversário de nove anos da AGL, sendo que o projeto pretende trabalhar a obra de Machado de Assis.

Para acertar os destalhes dessa parceria, o gerente de Literatura da Fundação Cultural do Tocantins, Osmar Casagrande este reunido na manhã de quarta-feira,15, com os integrantes da AGL.

Casagrande disse que o objetivo do projeto é promover o estímulo da leitura, bem como aprofundar o conhecimento sobre parte da obra do escritor e jornalista Machado de Assis, no ano do centenário da sua morte. "Além da AGL, estamos formalizando parceria com as Academias Tocantinense e Palmense de Letras, bem como, com a Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinese", afirmou.

No sábado, 18, a AGL fará uma reunião, as 20 horas, no Centro Cultural Mauro Cunha, onde serão escolhidos os autores-guia que vão conduzir a leitura em cada roda literária, bem como o local onde acontecerá o encontro semanal. Cada edição do projeto será direcionada a 20 pessoas e terá duração máxima de 90 minutos. A ousadia do leitor-guia e a forma de convencimento dos ouvintes-leitores serão a tônica, no sentido de motivar os participantes a ler, discutir e pesquisar sobre Machado de Assis - considerado o maior escritor brasileiro - e sua importância para literatura brasileira e mundial.

O presidente da Academia Gurupiense de Letras, Eliosmar Veloso, destaca a realização do projeto por contribuir decisivamente para o desenvolvimento do gosto pela leitura e à formação de leitores.

Sobre a iniciativa de se trabalhar com a obra de Machado de Assis, Veloso observa que o escritor não se esquiva da abordagem dos mais espinhosos temas: desde as alucinações e desvarios dos atos humanos até o ridículo provocado pelas distinções de classes sociais, num Brasil que se pretendia moderno e liberal.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

LITERATURA DE CORDEL MOVIMENTA GURUPI



Por Zacarias Martins

Fruto de um trabalho realizado a seis mãos pelos poetas Luiz Rodrigues, Severino e Palmares, o livro "Um filho do Maranhão", de literatura de cordel, será lançado neste sábado, 11 de outubro, às 19h30, no auditório do campus I, do Centro Universitário UnirG, em meio a um recital de poesia popular e música nordestina.

Publicado pela Editora Veloso, de Gurupi, o livro foi escrito a partir de um texto que se encontrava quase esquecido no fundo de um baú de recordações do poeta Luiz Rodrigues que por ser marinheiro de primeira viagem no mundo das letras, chamou os dois amigos para essa empreitada. O resultado é um livro interessante, divertido e com uma ritmia poética contagiante.

LITERATURA DE CORDEL

A história da da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).

Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui.

Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos.

Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas. Em Gurupi, o poeta José de Ribamar Alves dos Santos, que integra os quadros da Academia Gurupiense de Letras, mantém uma banca na Feira Coberta da Rua 7, onde comercializa, todos os dmingos, a literatura de cordel.