quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vamos humanizar a Av. Goiás?


A primeira vista, pode até parecer alarmismo, mas não é. A Avenida Goiás, em Gurupi, precisa urgentemente humanizar-se, já que a cada dia que passa o ser humano vem perdendo espaço para os veículos que trafegam ou que ali simplesmente estacionam preguiçosamente, ocupando vaga até mesmo, dos clientes.

Após árdua discussão em sala de aula sobre o tema em questão e tendo a orientação do professor Paulo Albuquerque, acadêmicos do sexto período do curso de Jornalismo do Centro Universitário Unirg, dentro da disciplina Projetos Experimentais I, aceitaram o desafio de realizar uma pesquisa de campo nessa que é a principal e mais problemática Avenida de Gurupi.

Pensou-se inicialmente saber o que as pessoas acham da falta de estacionamento e quais sugestões poderiam ser feitas ao poder público. Alguns minutos de diálogo franco mostraram que a turma queria mais. O espaço para estacionar carros e motos na Goiás, ou melhor, a falta dele, é só um dos problemas que a avenida enfrenta. Na verdade, a idéia é propor uma discussão ampla sobre as condições gerais da Goiás.

A pesquisa ouviu 450 pessoas, com abordagens feitas nos comércios e serviços instalados ao longo do trajeto compreendido entre as ruas 02 e 19. Foram entrevistadas, ainda, pessoas que estavam na avenida durante o trabalho de pesquisa e outros usuários.

Apesar de árduo, o trabalho foi muito interessante, pois deu oportunidade para aproximar os acadêmicos das pessoas e realizar uma tarefa muito importante para todo e qualquer estudante que se propõe a mudar o mundo por meio de pesquisa científica.

Chama ainda a atenção, o relato dos acadêmicos ao constatar que a população não tem muita prática em responder perguntas qualitativas, que, grosso modo, são formuladas para redefinir parâmetros sociais. E mais: o gurupiense não está acostumado a ser consultado, por isto, não sabe bem qual é o papel da pesquisa científica.

Curiosamente, grande parte das pessoas entrevistadas nessa pesquisa afirmou não saber exatamente o que significa “humanizar a Avenida Goiás”, mas todas concordam num ponto: é preciso que se façam mudanças urgentes para melhorar a questão do trânsito e do estacionamento naquela via pública.

Por derradeiro, vejo esta experiência dos acadêmicos bastante proveitosa, não só para eles próprios, mas também, para a cidade que pode se beneficiar de seus resultados. Iniciativas como essa, devem e podem acontecer com mais freqüência, principalmente, aproveitando-se o potencial dos acadêmicos que recebem o suporte do Centro Universitário UnirG para desenvolver trabalhos científicos em prol da Capital da Amizade.

Foto: Cláudio Frascari

sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Não se esqueçam de nós"


Um trabalho de grande alcance social. Esta é, sem dúvida, a verdadeira definição das atividades desenvolvidas pelos acadêmicos do sexto período do curso de Jornalismo do Centro Universitário UnirG, no bairro Cidade Industrial, sob a coordenação do professor Paulo Fernandes, dentro da disciplina de Jornalismo Comunitário I.

Os acadêmicos puderam conhecer de perto a realidade desse bairro — o mais afastado da cidade — e que, por isso mesmo, parece ser o mais esquecido pelo poder público. A comunidade é carente praticamente de tudo. Não conta com ruas asfaltadas, nem praças, posto de saúde, centro comunitário, cursos profissionalizantes, áreas adequadas para práticas esportivas e muitas coisas mais.

O mato alto toma conta de todo bairro. A iluminação pública é precária e, em alguns locais, ela simplesmente inexiste. Não há posto policial. O transporte coletivo deixa muito a desejar e não funciona nos fins de semana ou feriados.

Na única escola existente no bairro, ao concluir o primeiro grau, os alunos que quiserem dar continuidade a seus estudos enfrentam outro problema sério: a falta de transporte para se deslocar até uma das escolas de segundo grau no centro da cidade. Muitos desistem diante das dificuldades.

As crianças e adolescentes do Cidade Industrial anseiam por cursos de música, de teatro, de dança, de capoeira ou qualquer outra atividade cultural onde possam despertar a seu talento.

Enfim, são tantas as carências e muito a ser feito no bairro que qualquer benefício à comunidade, mesmo o mais simples, é visto como uma grande conquista. E é nesse contexto que se enquadra o trabalho social dos acadêmicos de Jornalismo, que acabam de presentear às pessoas que alí residem com o jornal experimental A Comunidade, que chega em boa hora para dar vez, voz e visibilidade a essas pessoas, que, assim como nós, são cidadãos e merecem toda a nossa admiração e o nosso respeito. (Zacarias Martins)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Caixa-prego do Senado


No mês passado, um estudo da Fundação Getúlio Vargas revelou que o Senado tinha mais 600 funções comissionadas e cargos com gratificação, que por si só já é uma verdadeira mamata patrocinada pelo erário público.

Mas as mamatas do Senado não param por aí. Agora, descobriu-se outra caixa-preta na Casa. Deixando à mostra certas traquinices de nossos senadores, constatou-se que atos administrativos secretos foram usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários.

Vocês pensaram que a farra era só essa? Não, minha gente, tinha (e se brincar, ainda tem mais). Levantamento feito por técnicos do Senado nos últimos 45 dias, a pedido da Primeira-Secretaria, detectou cerca de 300 decisões que não foram publicadas, muitas adotadas há mais de 10 anos.

O mais estranho é que ao entrarem em vigor, essas medidas além de terem gerado, comprovadamente, gastos desnecessários, trouxeram a lume a existência de curiosas figuras de espectoplasma funcional, fato que chama para a necessidade imperiosa de convocação de alguma equipe especializada de caça-fantasmas para extermina-los.

Entre os funcionários-fantasma do Senado estava João Fernando Michels Gonçalves Sarney. Por um ano e oito meses, esse jovem de apenas 22 anos, mas com sobrenome de peso, foi secretário parlamentar, função que dá direito a salário mensal de R$ 7,6 mil, até se exonerado recentemente quando “descobriram” que ele “trabalhava” no Senado.

Com tanta incidência de funcionários-fantasma que, de um hora para outra começaram a se materializar, é lícito afirmar que certos tipos de exorcização no serviço público finalmente começaram a surtir efeitos? (Zacarias Martins)