domingo, 28 de dezembro de 2008

Gurupi corre sério risco de ficar fora de projetos do Ministério da Cultura



Governo Federal pretende investir mais de R$ 4 bilhões do Programa Mais Cultura nos municípios brasileiros até 2010.

O presidente Lula convocará todos os prefeitos eleitos em 2008 na primeira quinzena de fevereiro para um encontro em Brasília e uma das pautas estratégicas do governo é incentivar parcerias para a implementação do programa Mais Cultura, parte da agenda social do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intenção é estimular as prefeituras a realizarem acordos de cooperação de investimentos que totalizarão R$ 4,7 bilhões até 2010. Mas para que essa parceria seja consolidada é preciso que os municípios criem um órgão gestor da cultura local, bem estruturado, como uma Secretaria de Cultura ou Fundação Cultural.

"Diante da desastrada atitude do prefeito de Gurupi, Alexandre Abdalla (PR) em extinguir a Fundação Cultural e criar apenas um Departamento de Cultura, vinculado à Secretaria de Educação, o município fica inabilitado para receber os recursos desse programa.", a afirmação é o presidente da Academia Gurupiense de Letras (AGL), Eliosmar Veloso (foto), que destaca ainda, a necessidade de ser criado o Fundo Municipal de Cultura, bem como, dar condições para que o Conselho Municipal de Cultura desempenhe bem suas atividades.

Veloso voltou a lamentar a falta de palavra de Abdalla em criar a Secretaria de Cultura quando em campanha para sua reeleição, ressaltando que "o prefeito ainda não percebeu a importância de uma política pública de cultura para o desenvolvimento do município.

"Há necessidade de Gurupi seguir as diretrizes de um Plano Municipal de Cultura a ser discutido e elaborado com os segmentos organizados da cultura gurupiense, e isso só será possível se existir vontade política e, até agora, o prefeito Abdalla tem demonstrado falta de interesse, o que é uma pena", finalizou.

Marilde Gomes e Zacarias Martins


A amiga e escritora Marilde Gomes esteve prestigiando o lançamento de meu livro "Histórias da História de Gurupi", no Centro Cultural Mauro Cunha,

Foto: Cláudio Frascari

sábado, 20 de dezembro de 2008

Academia critica reforma de Abdalla



A decisão do prefeito reeleito de Gurupi, Alexandre Abdalla (PR) de criar apenas uma diretora de Cultura vinculada à Secretaria Municipal de Educação, anunciada em coletiva no início da semana, continua gerando polêmica no meio artístico.

Em nota de repúdio distribuída pela internet, o presidente da Academia Gurupiense de Letras (AGL), Eliosmar Veloso, lamentou "a falta de palavra do prefeito" em não cumprir a promessa de criar a Secretaria de Cultura como constava em seu plano de governo, divulgado durante período de campanha eleitoral deste ano.

A nota considera que a decisão do prefeito "representa um retrocesso e causa prejuízos consideráveis" à cidade. Para o presidente, sem a Secretaria o município fica impossibilitado de fazer sua adesão ao Sistema Nacional de Cultura e, com isso, inviabilizaria a captação de recursos federais com mais facilidade para fomentar as políticas públicas de cultura que a cidade precisa.

Por telefone, o prefeito negou que a Cultura gurupiense perde com a implantação da diretoria. "A secretaria está criada, denomina-se Secretaria da Educação e Cultura, a cidade não perde por causa disso", reagiu. De acordo com o prefeito a medida foi tomada para não onerar os cofres públicos e voltou a prometer uma pasta específica. "A cultura terá todo nosso respaldo, claro que como diretoria, mas iremos criar esta Secretaria até dentro destes quatro anos de trabalho".


Ceila Menezes
Gurupi - Correspondente


Fonte: Jornal do Tocantins, 20/12/2008

ESPÍRITO NATALINO?


O espírito natalino já tomou conta do comércio, onde as fachadas das lojas, devidamente preparadas para a ocasião, externam a ansiedade dos proprietários para conquistar mais clientes em busca de aumentar os lucros.

Para quem não acredita mais em Papai Noel, afirmo que ele existe, sim, e a cada dezembro ressurge com força total, independente de qual seja o sexo desse personagem híbrido.

As lojas capricham na decoração natalina e procuram contratar logo os serviços do bom velhinho. Pelo menos, nessa época, Papai Noel arruma emprego. No resto do ano, fica coçando o saco.

As lojas estão cheias de Papai Noel tentando convencer as crianças (e até mesmo os adultos) a convencerem seus pais (ou maridos, esposas, amigos, amantes, parentes e aderentes) a comprarem este ou aquele brinquedo, esta ou aquela mercadoria para dar de presente. Afinal, Natal tem que ter presente, não importa quem vai pagar a conta.

Seria cômico se não fosse triste, mas o verdadeiro espírito de natalino está cada vez mais distanciado de sentimentos nobres como a solidariedade, a fraternidade e o respeito mútuo.

Mesmo em época de Natal, parece que há quem se esqueça que a data é para se comemorar o aniversário de alguém muito especial. Mas, curiosamente, nem todos se lembram verdadeiramente do aniversariante, que, por sua vez, sequer ganha presente.

Que neste Natal Jesus Cristo consiga descer da cruz e fazer morada no coração dos seres ditos humanos. Vamos ajudá-lo nessa tarefa?

Uma aurora de esperanças paira sobre todos nós!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Artistas cobram criação de secretaria de cultura

Ceila Menezes
Gurupi - Correspondente

Artistas gurupienses estão apreensivos quanto à notícia que circula na cidade, informando que o prefeito reeleito Alexandre Abdalla (PR) não irá cumprir com uma promessa, realizada durante o período de campanha eleitoral, de criação da Secretaria de Cultura do município. Há cerca de oito anos a cidade e os ativistas culturais contam apenas com uma Fundação Cultural, que por não possuir identidade jurídica, fica impossibilitada de firmar convênios com outras instituições. A idéia, segundo comentários, é transformar a Fundação em um departamento de cultura dentro da Secretaria de Educação.

O escritor e conselheiro do conselho municipal de Cultura, Zacarias Martins diz que há uma apreensão. "Estamos todos apreensivos, caso isso aconteça será um retrocesso para o processo cultural gurupiense", frisa afirmando ainda que a implantação da Secretaria de Cultura, além de viabilizar a inclusão do município no Sistema Nacional de Cultura, facilitaria ainda a captação de recursos para a classe. Segundo ele, a lei orçamentária, que está em tramitação na Câmara de Vereadores, destina mais de R$ 1,2 milhão para a cultura em 2009, ou seja, a nova secretaria irá nascer com uma boa dotação orçamentária.

Para o presidente da Academia Gurupiense de Letras, Eliosmar Veloso, a cultura do município sempre foi relegada a um plano secundário. "Percebe-se uma falta de vontade política para com o setor. Até hoje não foram concluídas as obras do teatro municipal, que fica no prédio do Centro Cultural Mauro Cunha e não se tem previsão de concluí-lo. Durante a campanha eleitoral, muitas foram as promessas dos candidatos e a que mais nos chamou a atenção, foi a criação da Secretaria Municipal de Cultura, prometida pelo então candidato Alexandre Abdalla", diz afirmando que o não cumprimento dessa promessa colocará em xeque a credibilidade do prefeito.

Outro Ponto
Procurada pelo Jornal do Tocantins, a presidente da Fundação Cultural de Gurupi, Lucirez Amaral não quis comentar o caso. O Jornal do Tocantins, também, tentou contato com o prefeito, mas a informação foi que ele estaria viajando. Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura de Gurupi informa que a máquina governamental passará por uma reforma administrativa no início de 2009 e que até o momento foram substituídos alguns nomes no primeiro e segundo escalão e outras mudanças ainda podem acontecer, mas isto não é a reforma propriamente dita. Sobre a pasta da Cultura, de acordo com a nota, não há uma palavra definitiva, mas a Fundação Cultural deixará de existir por questões práticas e técnicas. O prefeito deverá se reunir com os artistas para informar os novos planos para a execução das atividades culturais. Sobre o orçamento que está em tramitação na Câmara de Vereadores, a assessoria informa que dentro da possível diretoria de cultura, haverá também um repasse de mais R$ 1,2 milhão para a Cultura.

Publicado originalmente no Jornal do Tocantins, edição de 07/12/2008

domingo, 30 de novembro de 2008

AGL comemora aniversário com posse de novos membros

A Academia Gurupiense de Letras (AGL) realiza a partir das 20 horas de hoje sessão solene, no Centro Cultural Mauro Cunha, para comemorar o nono ano de fundação da entidade e ainda empossar três novos integrantes.

O escritor Marcus Túlius Cícero Barros Loureiro assumirá a cadeira 13 no quadro de membros efetivos, anteriormente ocupada por seu pai, o escritor e advogado Milton Loureiro. Para o quadro de membros correspondentes tomarão posse José Milton Oliveira Santos, de Palmas, e Wátila Misla Fernandes Bonfim, de Dianópolis.
A sessão solene contará ainda com o lançamento de três obras póstumas de Milton Loureiro: o romance O Médico e os Anjos, a obra Zoy Y Zô e Orimar e ainda Lendas Parecis (contos). O dinheiro arrecadado com a venda dos livros será revestido para instituições filantrópicas em Gurupi e Corumbá (MS).

Ao comentar as atividades realizadas no decorrer deste ano, o presidente da AGL, Eliosmar Veloso, disse que apesar das dificuldades o balanço é positivo. "Foram vários eventos realizados em parcerias com escolas e outras instituições culturais, sempre estimulando o hábito da leitura e incentivando o surgimento de novos talentos literários", diz, comentando ainda que alguns acadêmicos da AGL se destacaram fora do Estado, citando a escritora Conceição Rodrigues, que participou da segunda versão da antologia literária nacional Poetas do Brasil, em Porto Seguro (BA), e ainda José Ribamar Alves dos Santos e Ana Márcia Barros, que tiveram trabalhos incluídos na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos, publicada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE), do Rio de Janeiro. Além destes, os escritores Mário Antônio Silva Camargos, Paulo Henrique Costa Mattos e Zacarias Martins lançaram livros individuais. "Este também foi ano em que a Academia Gurupiense de Letras abraçou o projeto Rodas Machadianas e Leitura, em parceria com a Fundação Cultural do Tocantins e a Academia Tocantinense de Letras", frisou. (Ceila Menezes)

Publicado no Jornal do Tocantins, edição de 30/11/2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Tributo a Milton Loureiro


Por Zacarias Martins

Escritor, humanista, orador, civilista e advogado, Milton Loureiro (foto) participou da fundação da Academia Gurupiense de Letras e contribuiu efetivamente para a fomento do fazer literário em Gurupi. Integrou o Instituto dos Advogados do Estado do Tocantins e foi um dos fundadores também da Academia de Letras Jurídicas do Estado do Tocantins.

Cultor das letras em toda a sua plenitude, Milton Loureiro nasceu em 23 de fevereiro de 1923, em Ipameri, no Estado de Goiás, tendo registrado textos de sua autoria no Anuário de Poetas e Escritores de Gurupi, edições de 1998,1999 e 2000. É autor do livro A Pátria O Brasil 500 anos (2000).


Desde 1975 morava em Gurupi com a esposa Raimunda Barros Lima Loureiro. O casal teve três filhos entre os quais, o médico e escritor Marcus Túlius Cícero Barros Loureiro, que assume a aga deixada por seu pai na Academia Gurupiense de Letras. Em 31 de outubro de 2007, Milton Loureio falece em Brasília, aos 85 anos

Loureiro se foi para um plano superior. Deve ter virado estrela a brilhar constantemente nos céus de Gurupi para nos lembrar que a chama viva da Literatura não se apagará jamais se sempre e cada vez mais cultivarmos de forma prazerosa, as belas letras. Neste domingo, 30, Milton Loureiro será o grande homenageado na Sessão Solene de nono aniversário da Academia Gurupiense de Letras, no Centro Cultural Mauro Cunha. Na oportunidade, o seu filho, Marcus Túlius Cícero Barros Loureiro,que é médico e escritor(dos bons) será empossado na cadeira 13, anteriormente ocupada pelo pai.

A Sessão Solene contará com o lançamento de
três obras póstumas de Milton Loureiro: O Médico e os Anjos (romance), Zoy Y Zô e Orimar – Lendas Parecis (contos). O dinheiro arrecadado com a venda desses livros será revestido para instituições filantrópicas em Gurupi e Corumbá (MS).

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Rodas Machadianas de Leitura chegam ao Sesc Ler de Gurupi









A segunda edição do projeto Rodas Machadianas de Leitura em Gurupi aconteceu na unidade do Sesc Ler, na tarde de terça-feira, 18, tendo na coordenação como leitor-guia, o escritor Zacarias Martins, secretário-Executivo da Academia Gurupiense de Letras. O projeto é uma iniciativa da Fundação Cultural do Tocantins em parceria com as Academia Tocantinense de Letras e as academias de letras de Gurupi, Palmas e Araguaína

Martins explicou que o público alvo dessa edição foram os alunos e educadores do Projeto EJA – Educação de Jovens e Adultos e disse ver nesse projeto uma importante ferramenta pedagógica com muitos atrativos para estimular o hábito da leitura nas pessoas.

A orientadora pedagógica do Sesc Ler de Gurupi, Cléubia do Vale Costa
Gonçalves, destacou a importância da realização das Rodas Literárias por mostrar uma nova maneira de prender a atenção dos alunos para obras de grandes vultos da literatura brasileira como Machado de Assis.

"A chegada do escritor Zacarias Martins com esse projeto foi
gratificante e certamente contribuiu para o enriquecimento vocabular de todos que tiveram o privilégio de participar dessa roda de leitura", afirmou.

Amargo e sarcástico observador dos costumes e da condição humana,
Machado de Assis escreveu algumas das melhores obras da literatura brasileira. O conto machadiano é uma arte de pormenores, de sutilezas, em que há o engate perfeito da simplicidade do estilo, do humor e da reflexão. A terceira edição do Rodas Machadianas de Leitura acontece na noite de quinta-feira, para acadêmicos do curso de Pedagogia da Eaducon em Gurupi. (Eliosmar Veloso)

sábado, 15 de novembro de 2008

ACADEMIA GURUPIENSE DE LETRAS ELEGE NOVOS IMORTAIS

Marcus Túlius Cícero Barros Loureiro com a esposa
José Milton Oliveira Santos




Wátila Misla Fernandes Bonfim


Em assembléia extraordinária realizada na noite de sábado, 15, no Centro Cultural Mauro Cunha, a Academia Gurupiense de Letras elegeu, por unanimidade dos acadêmicos presentes, o escritor Marcus Túlius Cícero Barros Loureiro para ocupar a cadeira de número 13, anteriormente ocupada por seu pai, Milton Loureiro, falecido em 31 de outubro do ano passado, aos 85 anos.
Além de escritor, Marcus Túlius é médico, cronista e poeta, autor dos livros Chambalé (Crônicas) e Meu Velho Amigo (Poesias), ambos publicados em 2000. Têm ainda trabalhos publicados no Anuário de Poetas e Escritores de Gurupi, edições de 1998 e 2000.Participou da Antologia Literária Internacional Del'Secchi, nas edições de 1998, 2000 e 2002. Em 1998, o seu poema "O Menino de Rua", foi publicado na Antologia do Tocantins e teve ainda participação no livro Asas da Imaginação, publicado em 2001, no Rio de Janeiro, com o poema "Cachorro vira-lata"

MEMBROS CORRESPONDENTES

Também a Academia Gurupiense de Letras elegeu José Milton Oliveira Santos, de Palmas, e Wátila Misla Fernandes Bonfim, de Dianópolis, para o quadro de membros correspondentes।

José Milton Oliveira Santos é escritor e poeta, formado em Licenciatura Plena em Historia da UFT - Universidade Federal do Tocantins, Campus de Porto Nacional. Em 2006, com a poesia "Nós vamos dar o troco", participouAntologia Literária Mosaicos, da Editora Andross, de São Paulo, cujo lançamento aconteceu na Bienal Internacional do Livro da capital paulista. Anda nesse mesmo ano publicou a poesia "Cidade planeja" no jornal experimental da turma de Comunicação Social da Universidade Federal do Tocantins – Campus de Palmas. Em 2007 participou da Antologia de Contos Folhas ao Vento, também pela Editora Andross, onde publicou o conto "O rei do breik". É autor do livro de poesias "Amor e Paixão", publicado em 2008.
Wátila Misla Fernandes Bonfim, é graduado em História pela UFT e pós-graduado em História Social. Em 2002, ficou em sétimo lugar no I Concurso Talentos Literários do Estado do Tocantins, organizado pela Fundação Cultural do Tocantins.Em 2005, e com o poema "Madrigal quase perfeito", venceu o I Concurso Nacional de Poesia, organizado pela Academia Tocantinense de Letras. Possui trabalhos publicados em nove antologias literárias pelo Brasil afora.

A sessão solene de posse dos novos integrantes da AGl, acontece no próximo dia 30 de novembro, no Centro Cultural Mauro Cunha, a partir das 20 horas. Na oportunidade, serão lançadas três obras póstumas de Milton Loureiro: O Médico e os Anjos (romance), Zoy Y Zô e Orimar – Lendas Parecis (contos). O dinheiro arrecadado com a venda desses livros será revestido para instituições filantrópicas em Gurupi e Corumbá (MS).














































Marcus Túlius Loureiro e esposa















































































quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Peculiaridades gurupienses em crônicas


LITERATURA

Peculiaridades gurupienses em crônicas

Em comemoração aos 50 anos da cidade, o escritor
Zacarias Martins lança hoje Histórias das História de Gurupi

Ceila Menezes
Gurupi - Correspondente

Em mais um lançamento, o poeta, jornalista e escritor Zacarias Martins lança um olhar crítico sobre os acontecimentos e escreve páginas repletas de humor e dizeres, até mesmo exóticos, sobre a cidade de Gurupi no seu mais novo livro, Histórias da História de Gurupi, que será lançado hoje, às 20 horas, no Centro Cultural Mauro Cunha, em Gurupi.

Este é o sétimo livro individual de Martins, sendo o primeiro no gênero de crônicas, uma vez que as publicações anteriores eram todas de poesias. “São 11 crônicas especialmente selecionadas sobre fatos pitorescos que aconteceram na cidade nos últimos 25 anos, muitos dos quais, quase passaram despercebidos à época e que busquei retratar de uma forma diferente, com pinceladas de humor”, afirma Martins.

Entre os fatos relatados em seu livro, Zacarias Martins cita como exemplo a notícia que se espalhara pela cidade, em meados de 1994, de que alguém havia deixado uma bomba na agência da Caixa Econômica Federal, fato que gerou pânico na cidade, tomando conta dos clientes, que imediatamente deixaram o local às pressas. Na época do fato, a polícia foi acionada isolando a agência, fechando o trânsito nas proximidades, chamando a atenção de vários curiosos que se amontoavam na busca de novidades sobre o assunto. No final, constatou-se tratar de uma bomba d’água, dessas utilizadas em cisternas e que havia sido esquecida por um cliente. Além deste fato curioso, o livro apresenta ainda outros sobre a história da cidade.

A obra é ilustrada com fotos atuais e antigas de Gurupi, tendo recebido ainda apreciação crítica da professora de Literatura do Departamento de Letras do Centro Universitário Unirg, Maria Wellitania de Oliveira Cabral. Ela afirma que o elo entre os temas abordados realiza no discurso, crítica política e social, o que ainda, de acordo com a professora, é fruto do conflito entre o mundo ideal e o mundo real, sob o ponto de vista do autor. A professora afirma ainda que o escritor demonstra a convicção de que esses textos contribuem para cidadania e que a sociedade precisa dispor de fontes de informações que possam permitir conhecer o que se passa em sua volta, além de proporcionar aos cidadãos leitores a formação de opiniões próprias sobre tais fatos. “O autor depara-se com a memória e o real, o ontem e o hoje, a busca em conciliar a história e a arte. “Neste sentido, o discurso recorrente desenha o retrato da memória, ou seja, a fantasia do passado, numa tentativa de manter viva a história, a tradição e os movimentos culturais que caracterizam o povo gurupiense”, explica.

Lançamento
A programação de lançamento do livro também, contará com a exibição do vídeo-documentário Gurupi - 50 anos, produzido por acadêmicos do quinto e sétimo período do curso de Jornalismo da Unirg, tendo direção do professor Sandro de Oliveira.

O vídeo-documentário resgata a memória de Gurupi por meio de alguns membros importantes da sociedade gurupiense, como pioneiros que chegaram na região por volta da década de 50 ou 60 e que contam como era a cidade, as transformações sofridas e as expectativas para o futuro.

Também faz parte da programação a palestra Novidades e não novidades na obra de Machado de Assis, com o professor Fabiano Donato.


PERFIL

Jornalista, cronista, conferencista e ativista cultural, Zacarias é paraense, de Belém, mas tocantinense de coração. Reside em Gurupi desde 1983. É autor de seis livros individuais de poesias, tem ainda participação em dezenas de antologias literárias. Atualmente é assessor de imprensa do Hospital de Regional de Gurupi, diretor da Regional Sul da Associação Tocantinense de Imprensa e membro fundador das Academias Tocantinense e Gurupiense de Letras.

É autor dos livros Transas do Coração (1978), O Poeta de Belém (1979), Poetar (1980), O Profeta da Felicidade (1984), Vox Versus (1986) e Pinga-Fogo (2004).

SERVIÇO

O quê - lançamento do livro Histórias da história de Gurupi
Quando - hoje
Onde - Centro Cultural Mauro Cunha, em Gurupi
Horário - a partir das 20 horas

Matéria publicada no Jornal do Tocantins, Caderno Arte & Vida, edição de 11/11/208

SABOROSAS CRÔNICAS GURUPIENSES


Saborosas crônicas
gurupienses

O caso da bomba falsa em plena sede da Caixa Econômica Federal, que deixou a comunidade em polvorosa, é uma das saborosas crônicas livro Histórias das História de Gurupi, de Zacarias Martins (foto), que será lançado hoje, marcando os 50 anos de Gurupi, comemorados na próxima sexta-feira


Chamada de capa do Jornal do Tocantins, de Palmas, edição de 11/11/2008
Caderno Arte & Vida
Inicial

terça-feira, 11 de novembro de 2008

GURUPI: 50 ANOS DE PROGRESSO



Gurupi, completa 50 anos de emancipação política nesta sexta-feira, 14. O município se encontra localizado no Sul do Estado do Tocantins, a 245 km de Palmas, capital do Estado, e a 742 km de Brasília-DF. Fica no limite divisório de águas dos rios Araguaia e Tocantins, ás margens da BR-153, no quilômetro 663 no sentido Brasília a Belém; entre os Paralelos 11 e 12.


Limites e Confrontações:
Norte: Aliança do Tocantins
Sul: Cariri do Tocantins e Sucupira
Oeste: Dueré
Leste: Peixe
População: 71.143 habitantes (2007/IBGE)

Área:
A área do município de Gurupi é de 1.836 km².

Relevo:
O relevo do município de Gurupi é plano, mais ou menos ondulado, com altitude de 400m na sede. O solo é fértil, favorecendo o cultivo e a criação de gado. Apresenta a serra de Santo Antonio, Taipoca e outras.

Vegetação:
No município de Gurupi há predominância de dois tipos de vegetação: campos e cerrados e pequenas florestas.

Clima:
O clima é tropical megatérmico. Quente e úmido durante todo o ano, com período chuvoso entre os meses de Outubro e Abril e estiagem entre os meses de Maio a Setembro. A temperatura média anual de Gurupi permanece em torno de 35°.

Flora e fauna:
Há pequenas florestas que fornecem madeiras como jatobá, peroba, ipê, aroeira, e outras. A fauna se encontra limitada, mais ainda podem ser vistos animais selvagens como veados, tatus, macacos, emas e variedade de aves e insetos.

Topômio
De acordo com o historiador Adauto Cordeiro Cavalcante, no seu livro "Gurupi", edição UFG, 1968, etimologicamente Gurupi significa ''diamante puro'', que é originário da língua Tupi do (língua bela) idioma falado por todos os índios da América Meridional e constitui-se por dois elementos básicos: "guru" (diamante) e "pi" (pé, caminho, base, origem, puro).

A instalação do Município

A emancipação do município por força da Lei Estadual número 2.140, de 14 de novembro de 1958. O município foi instalado em 1º de janeiro de 1959, em sessão solene presidida pelo Juiz de Direito Feliciano Machado Braga, um dos principais articuladores da luta separatista do então norte de Goiás.

Nas marcas do tempo
É impossível falar de Gurupi, sem associá-la à BR-153. Isso porque a história da cidade está intimamente ligada a construção da Belém-Brasília, marco do surgimento e desenvolvimento de muitas outras cidades, ao longo de sua extensão no antigo Norte goiano.

Dados históricos dão conta, que o fundador de Gurupi, Benjamim Rodrigues chegou a procurar o engenheiro da rodovia Bernardo Sayão, em Goiânia, para uma exposição de motivos de a mesma cortar as férteis terras recém-habitadas pela sua família, e outros aventureiros.

A instalação definitiva do fundador de Gurupi na região se deu em 1952, ocasião em que concluiu a picada da rodovia projetada por Bernardo Sayão, até a estrada que ligava a cidade de Peixe a Porangatu; fez todo o levantamento da planta da cidade e construiu o primeiro comércio de Gurupi. A partir daí a paisagem do agreste foi dando lugar aos barracos de taipa dos novos moradores de varias outras localidades. A notícia do primeiro caminhão ao local já denominado de Gurupi é de setembro do mesmo ano, de propriedade do senhor Buta, que veio abastecer o comércio de Benjamim Rodrigues. A vocação para o comércio começou a partir desta data, e em pouco tempo a notícia se espalhou pelas regiões mais distantes e com isso, atraiu interesses de moradores de outras localidades, como Porto Nacional, Peixe, Cristalândia, Dueré e Formoso do Araguaia.

Em 1954, com a invasão das matas mais próximas ao povoado, foram lançadas as primeiras raízes para a formação de uma base agropecuária, destinada a dar vida própria ao local. Até então os moradores compravam arroz e outros alimentos em Cristalândia. Neste mesmo ano é rezada a primeira missa, pelo Bispo Dom Alano, de Porto Nacional e iniciado o alicerce para construção da primeira igreja, mais tarde denominada de Matriz de Santo Antônio.

Em poucos anos de povoamento do local, já era visível o progresso nos ramos da agricultura, pecuária, e a abundante colheita de cereais transformou o povoado em um pequeno pólo exportador. Em 1955, por sugestão de um dos pioneiros houve a votação para escolha do padroeiro da cidade, Santo Antônio e, iniciado o movimento político no sentido de eleva-lo à categoria de distrito. No mesmo ano, o Bispo Dom Alano, auxiliado pelo engenheiro Bernardo Sayão, fundou a escola Paroquial. Foram iniciados ainda os primeiros serviços médicos, embora bastante rudimentares, providencias na época, além do primeiro consultório dentário.

Os próximos anos foram de muito progresso e, graças ao grande surto imigratório, o povoado passa à posição de distrito de Porto Nacional, que culmina com a sua emancipação política e instalação do município de Gurupi, em janeiro de 1959. Com isso expandem-se as construções, ruas, praças e avenidas, forçando cada vez mais a aceleração dos serviços de melhoramento urbano. O primeiro prefeito nomeado de Gurupi foi Melchiades Barros dos Santos, mais conhecido como "Doca Barros". Para o cargo de primeiro juiz, foi nomeado Clemente Luiz de Barros.

No ano seguinte é instalada a Câmara Municipal com a posse dos vereadores Raimundo de Sousa Camelo(Presidente), Moisés Avelino Lustosa Brito, Joaquim Gomes de Oliveira (Ozico), João Manoel dos Santos (João Paraibano), Nelson Dias Fernandes, Francisco Santana e Antônio Luiz Leitão Brito.

Ainda em 1961, foi instalado o primeiro cartório do segundo oficio e realizada a primeira eleição para escolha do primeiro Francisco Henrique Santana e Luiz Brito Aguiar para vice. A partir daí, com o advento de firmas de maior porte, Gurupi desponta como uma das cidades mais progressistas do Norte de Goiás e assume o papel de liderança sobre as demais da região.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

HISTÓRIAS DE GURUPI RETRATADAS COM BOM HUMOR

Zacarias Martins

Histórias de Gurupi retratadas com bom humor




Numa iniciativa do curso de Letras do Centro Universitário UnirG, em parceria com a Fundação Cultural de Gurupi (FCG) e a Academia Gurupiense de Letras (AGL), o escritor e jornalista Zacarias Martins lança o sétimo livro individual de sua carreira: "Histórias da História de Gurupi", editado por Edições AGL, um selo editorial da academia.

A noite de autógrafo acontece no dia 11, às 20h, no Centro Cultural Mauro Cunha. Na oportunidade, será exibido um vídeo-documentário produzido pelos acadêmicos do curso de Jornalismo da UnirG, e que faz uma abordagem sobre essa cidade, que ficou conhecida como a "Capital da Amizade".

De acordo com o gerente de Literatura da Fundação Cultural do Tocantins, Osmar Casagrande, que assina o prefácio da obra, Zacarias Martins lança um olhar crítico sobre os acontecimentos de sua cidade, e o resultado disso é um livro com páginas repletas de humor, ainda que às vezes ácido (o defuntódromo é um desses casos).

Casagrande destaca que, no percorrer do desenvolvimento dos textos, tem a viagem do escritor, que observa os lances da realidade com olhos críticos de sonho, mas também existe a crítica orientada pelo trabalho do jornalista engajado com sua realidade, sua cidade, seus cidadãos.

O escritor explica que o livro é fruto de um trabalho despretensioso, composto por 11 crônicas especialmente selecionadas e que já foram publicadas pela imprensa tocantinense. O autor completa que, dessa forma, faz a sua estréia em livro como cronista, já que as publicações anteriores eram todas no gênero de poesia. O livro é ilustrado com fotos que retratam a cidade em várias épocas.

Martins expôs que os assuntos abordados em sua obra são fatos corriqueiros que aconteceram em Gurupi, desde a década de 1980, e que ele buscou retratar na sua visão crítica, porém, sempre com uma boa pitada de humor.

"Espalhou-se um boato, certa vez, de que tinham deixado uma bomba na agência da Caixa Econômica Federal. A polícia foi acionada, o prédio foi evacuado, as ruas nas proximidades foram tomadas por policiais. Mais tarde, descobriu-se que se tratava de uma bomba d'água, dessas que se utiliza em cisternas", citando um dos fatos por ele narrado no livro.

Mestranda em Teoria e Crítica Literária pela Universidade Católica de Goiás, a professora universitária Maria Wellitânia de Oliveira Cabral observa que as crônicas de Zacarias Martins registram o apelo do cidadão gurupiense situado em determinações que limitam a sua comunicação e o seu reconhecimento pleno. "Como jornalista, Martins busca oferecer ao público leitor informações sobre fatos ocorridos em Gurupi. Essas informações são passadas de maneira clara e verdadeira.", afirma, ressaltando que, dessa forma, o autor demonstra a convicção de que esses textos contribuem para cidadania, e que a sociedade precisa dispor de fontes de informações que possam permitir conhecer o que se passa em sua volta.

A professora Wellitania ressalta que a importância desse trabalho se faz pelo registro de fatos que poderão servir de auxílio para o futuro pesquisador ou estudioso da história da cidade e do povo de Gurupi. A obra é um conjunto de reflexões que acentua profunda admiração de seu autor pelo universo artístico-cultural, sem comprometer seu aspecto crítico em relação à sua função jornalística. Evidencia os dramas humanos e as relações político-sociais, focalizando as experiências vivenciadas pelo escritor.

Perfil do autor

Poeta, jornalista, cronista, conferencista e ativista cultural, Zacarias Martins é militante ativo no jornalismo impresso e on-line. Foi editor de Perfil (a primeira revista informativa do Tocantins - 1989) e correspondente de vários jornais tocantinenses, entre os quais, O Progresso (Araguaína), Diário Tocantinense (Palmas), O Jornal (Palmas), além do Cinco de Outubro (Goiânia-GO). Em Gurupi, foi repórter da Folha do Tocantins, Gazeta Esportiva do Tocantins e A Notícia. É articulista do jornal Cocktail, tendo participado de sua fundação em 1990, e, até hoje, mantém a coluna semanal Pinga-Fogo.

Trabalhou como Assessor de Imprensa da Prefeitura de Gurupi nas gestões dos prefeitos Tadeu Gonçalves e João Cruz. Atualmente, é Assessor de Imprensa do Hospital Regional de Gurupi, diretor da Regional Sul da Associação Tocantinense de Imprensa, integrante da Associação de Artes de Gurupi e fundador da Academia Gurupiense de Letras e da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Tocantins. É membro correspondente da Academia Imperatrizense de Letras.

Foi Diretor de Cultura de Gurupi na gestão do prefeito Jacinto Nunes da Silva. Integrou o primeiro colegiado do Conselho Estadual de Cultura de Tocantins (1989-1990). Em 1990, também participou da fundação da Academia Tocantinense de Letras, na qual ocupa a Cadeira de nº 21. Também integrou o primeiro colegiado do Conselho Municipal de Cultura de Gurupi, sendo eleito o seu primeiro presidente (1999-2000). Desde 1994, integra os quadros da Academia Brasileira de Jornalismo, tendo como patrono o jornalista Costa Rego.

Dentre as condecorações que Zacarias Martins recebeu em reconhecimento a seus serviços prestados à Cultura, afloram com destaque a Medalha da Ordem do Mérito da Cultura e Cavaleiresca de Santo Amaro, no Grau de Comendador; a Medalha do Mérito Cultural D. Pedro II e o Título Honorífico de Cidadão Gurupiense, outorgado pela Câmara Municipal de Gurupi, além da Medalha do Mérito Acadêmico, outorgada pela Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias.

É Senador da Cultura, representante do Estado do Tocantins no Congresso da Sociedade de Cultura Latina do Brasil.

Obras publicadas

• Transas do Coração (1978)

• O Poeta de Belém (1979)

• Poetar (1980)

• O Profeta da Felicidade (1984)

• Vox Versus (1986)

• Pinga-Fogo (2004).


Por Heliana Oliveira
Fonte: Jornal O Girassol de Palmas - TO. - 21/10/2008 (www.ogirassol.com.br)


sábado, 1 de novembro de 2008

HISTÓRIAS DA HISTÓRIA DE GURUPI



por Nelson Hoffmann
Ler Zacarias Martins é passar momentos do mais puro prazer. A gente se diverte, a gente sofre, a gente ri, xinga, esbraveja… a gente aprende. Zacarias Martins é sempre ele mesmo, autêntico, verdadeiro: divertido, sério, inteligente. Tudo o que escreve tem o jeito da galhofa, mas contém sempre a carga da realidade nua, denotando uma perspicácia e uma observação desconcertantes. Zacarias Martins é único.

Este seu novo livro "Histórias da História de Gurupi", que será lançado no proximo dia 11 de novembro, às 20 horas, no Centro Cultural Mauro Cunha, em Gurupi, é um livro primoroso. Uma pequena seleção de crônicas abordando fatos corriqueiros na vida de qualquer cidade. Em especial, acontecimentos que envolvem atuações políticas.

Zacarias Martins está sempre atento e capta o absurdo, o ridículo, o lamentável daquilo que normalmente passa despercebido. Daquilo que ninguém nota ou, quando nota, deixa de lado, desconsidera, ignora.
O autor vai direto ao cerne, apanha o essencial, mostra e exibe para que todos vejam. E a gente fica na dúvida sobre o que é mais prazeroso/doloroso: a graça da narrativa ou a verdade desnudada?
Ambas. E a inteligência de Zacarias Martins faz desses casos próprios da cidade de Gurupi uma ressonância de todas as cidades. Em outras palavras: no particular, ele encontra o universal.
Nelson Hoffmann é escritor

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Gurupi entra no circúito das Rodas de Leitura


Por Zacarias Martins

Numa parceria entre a Academia Gurupiense de Letras (AGL) e a Fundação Cultural do Tocantins (FCT), em novembro acontece a primeira versão do Projeto Rodas de Leitura. O evento integra as comeorações alusivas ao aniversário de nove anos da AGL, sendo que o projeto pretende trabalhar a obra de Machado de Assis.

Para acertar os destalhes dessa parceria, o gerente de Literatura da Fundação Cultural do Tocantins, Osmar Casagrande este reunido na manhã de quarta-feira,15, com os integrantes da AGL.

Casagrande disse que o objetivo do projeto é promover o estímulo da leitura, bem como aprofundar o conhecimento sobre parte da obra do escritor e jornalista Machado de Assis, no ano do centenário da sua morte. "Além da AGL, estamos formalizando parceria com as Academias Tocantinense e Palmense de Letras, bem como, com a Academia de Letras de Araguaína e Norte Tocantinese", afirmou.

No sábado, 18, a AGL fará uma reunião, as 20 horas, no Centro Cultural Mauro Cunha, onde serão escolhidos os autores-guia que vão conduzir a leitura em cada roda literária, bem como o local onde acontecerá o encontro semanal. Cada edição do projeto será direcionada a 20 pessoas e terá duração máxima de 90 minutos. A ousadia do leitor-guia e a forma de convencimento dos ouvintes-leitores serão a tônica, no sentido de motivar os participantes a ler, discutir e pesquisar sobre Machado de Assis - considerado o maior escritor brasileiro - e sua importância para literatura brasileira e mundial.

O presidente da Academia Gurupiense de Letras, Eliosmar Veloso, destaca a realização do projeto por contribuir decisivamente para o desenvolvimento do gosto pela leitura e à formação de leitores.

Sobre a iniciativa de se trabalhar com a obra de Machado de Assis, Veloso observa que o escritor não se esquiva da abordagem dos mais espinhosos temas: desde as alucinações e desvarios dos atos humanos até o ridículo provocado pelas distinções de classes sociais, num Brasil que se pretendia moderno e liberal.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

LITERATURA DE CORDEL MOVIMENTA GURUPI



Por Zacarias Martins

Fruto de um trabalho realizado a seis mãos pelos poetas Luiz Rodrigues, Severino e Palmares, o livro "Um filho do Maranhão", de literatura de cordel, será lançado neste sábado, 11 de outubro, às 19h30, no auditório do campus I, do Centro Universitário UnirG, em meio a um recital de poesia popular e música nordestina.

Publicado pela Editora Veloso, de Gurupi, o livro foi escrito a partir de um texto que se encontrava quase esquecido no fundo de um baú de recordações do poeta Luiz Rodrigues que por ser marinheiro de primeira viagem no mundo das letras, chamou os dois amigos para essa empreitada. O resultado é um livro interessante, divertido e com uma ritmia poética contagiante.

LITERATURA DE CORDEL

A história da da literatura de cordel começa com o romanceiro luso-espanhol da Idade Média e do Renascimento. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões, lá chamados de cordéis. Inicialmente, eles também continham peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente (1465-1536).

Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o início da colonização. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com características próprias daqui.

Os temas incluem desde fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre muitos outros. As façanhas do cangaceiro Lampião (Virgulino Ferreira da Silva, 1900-1938) e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1883-1954) são alguns dos assuntos de cordéis que tiveram maior tiragem no passado. Não há limite para a criação de temas dos folhetos.

Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas. Em Gurupi, o poeta José de Ribamar Alves dos Santos, que integra os quadros da Academia Gurupiense de Letras, mantém uma banca na Feira Coberta da Rua 7, onde comercializa, todos os dmingos, a literatura de cordel.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Qual a função do vereador?


Por Zacarias Martins
Uma pesquisa inédita realizada pelo Interlegis, sub-secretaria do Senado, dissecou a realidade das câmaras municipais de todo o país e confirmou o que, para muitos, era uma suspeita antiga: os vereadores brasileiros não estão preparados para desempenhar a missão para a qual foram eleitos.

E não é preciso ir longe para longe para constatar alguns exemplos do despreparo da função parlamentar. Nas câmaras das cidades tocantinenses existem muitos exemplos de leis que não saíram do papel simplesmente porque não têm razão de ser, como a troca de nomes de ruas e avenidas ou de praças e prédios públicos que, decorridos anos que foram sancionadas, jamais caíram no domínio público.

E como estamos em pleno período eleitoral, basta assistir ou ouvir as propostas dos candidatos a vereador no horário político na televisão o no rádio, para também constatar uma enormidade equívocos nas promessas.

Percebe-se, claramente, que a esmagadora maioria dos candidatos a vereador não sabe os limites de suas atribuições. É comum fazer promessas que só poderiam ser cumpridas pelo Executivo Municipal, Estadual e, até mesmo, pelo presidente da República.

Existem candidatos que prometem construir obras para beneficiar esta ou aquela comunidade de um determinado bairro, sendo que no orçamento do Legislativo inexistem verbas para isso por ser da estrita atribuição do Poder Executivo.

Alguns partidos políticos até promovem cursos para orientar os filiados que pretendem se candidatar a uma vaga no Legislativo Municipal sobre a verdadeira função do vereador.
Em rápidas pinceladas, cabe ao vereador elaborar leis de interesse público para seus municípios, especialmente assuntos de interesse local; apresentar indicações e requerimento; participar das comissões permanentes e extraordinárias que estudam os projetos de lei que tramitam nas comissões da Casa; fiscalizar em prol do bom uso do dinheiro público e atuar nos processos e pedidos de esclarecimento ao Executivo, além de elaborar o regimento interno das Câmaras Municipais.

O vereador também pode apresentar proposta de Moção de Aplausos, de Pesar e, até de Repúdio, bem como, título de Cidadão Honorífico. Alias, eu até tenho um. O problema é a exagerada concessão desses títulos. Quando isso ocorre, o plenário do parlamento se transforma num festival.

Oba!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

SUA EXCELÊNCIA, O CANDIDATO



Por Zacarias Martins

Em tempo de campanha política, confesso que ao contrário de quem critica, sou favorável a exibição do programa eleitoral gratuito no rádio e na TV, pois não há como negar: trata-se e uma programação de cunho eminentemente educativo e que se transformou numa importante ferramenta para que o eleitor conheça mais um pouco sobre o perfil de cada candidato ou candidata, seja qual for.
Nessa minha análise despretensiosa, tomo a liberdade de excluir, pelo menos, por enquanto, quem postula o tão cobiçado cargo de Chefe do Executivo Municipal, cargo este que apesar das dificuldades financeiras em que vive a grande maioria dos municípios brasileiros, sempre tem alguém "altruísta" querendo "contribuir" para melhorar tal situação, nem que para isso tenha que se candidatar à reeleição.

Já em relação a certos tipos de candidatos ou candidatas que sonham com a vereança (ou continuar nela) que aparecem por aí, aprende-se muito mais. É só ficar atento ao que eles prometem ou deixam de prometer.

É comum vermos no programa eleitoral candidatos se apresentarem como se fossem verdadeiros dublês de artistas televisivos, sem se dar conta de que não estão agradando. Até a impostação da voz chega a ser hilária se não fosse trágica.

Têm ainda quem não abre mão de mostrar os seus dotes de leitura como se estivesse numa animada aula do pré-escolar só esperando tocar o som da sirene para anunciar o horário do recreio.

Também se percebe que uma enormidade desses candidatos não sabe que a função do vereador que é legislar e fiscalizar os atos do Poder Executivo. E isso fica evidenciado quando prometem coisas que são de exclusiva competência da Prefeitura, do Estado e até da União!

Fora do programa de rádio e da TV, as promessas de quem quer uma vaga na Câmara de Vereadores fluem ainda com mais facilidade, demonstrando a criatividade de cada candidato para assegurar o voto do eleitorado.

Por derradeiro, devo confessar que em troca do meu valioso voto já recebi várias promessas tentadoras. Diante disso posso concluir que, graças a essas promessas (se cumpridas), no ano que vem eu vou ficar com a vida que pedi a Deus e do jeito que o diabo gosta.

domingo, 7 de setembro de 2008

Muito além da rubéola

Por Zacarias Martins


Os municípios tocantinenses estão encontrando dificuldades para atingir a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde para vacinar 461 mil pessoas com idade entre 20 e 39 anos, contra a rubéola.

A campanha que começou dia nove de agosto e vai até o próximo dia 12 de setembro, está sendo um grande desafio para as equipes de vacinação, principalmente, diante de inusitados obstáculos encontrados.

Para atingir a meta, os profissionais de saúde têm visitado empresas e todos os tipos de estabelecimentos comerciais e, ainda trabalhado no período noturno, visitando casas para vacinar quem não teve ainda a oportunidade de se imunizar contra essa terrível doença.

No entanto, o que mais chama a atenção, particularmente em Gurupi, é que, em alguns casos, as equipes de vacinação são até hostilizadas por moradores que residem em áreas consideradas nobres da cidade, coisa que raramente acontece com quem mora em casas mais humildes da periferia.

Se não houver a colaboração maciça da população, será muito difícil erradicar essa doença. No Tocantins, segundo dados da Coordenação de Imunização, em 2007 houve 37 casos de rubéola confirmados e em 2008 até o momento dois casos. Para esta campanha o Ministério da Saúde enviou 600 mil doses de vacinas contra Rubéola.

Os sintomas da Rubéola são semelhantes aos da gripe: febre, dor de cabeça, dor ao engolir, dores nas articulações e nos músculos, pele seca, congestão nasal, espirros, manchas na pele e aumento dos gânglios linfáticos (ínguas).

A Rubéola é espalhada pela respiração (contato com fluidos do nariz e boca de uma pessoa infectada, seja direto ou através da transmissão aerossol) é altamente contagiosa - 90% das pessoas sem imunidade compartilhando o lar com alguém infectado são contagiadas.

É preciso que todos se conscientizem da importância de se vacinar para prevenir a doença. A vacina é gratuita.

Um pouco de educação e cordialidade para com os profissionais que atuam nas equipes de vacinação não custa nada e, certamente, a sua saúde vai agradecer depois.

sábado, 6 de setembro de 2008

Zacarias Martins, poeta, escritor e jornalista de Gurupi, no Estado de Tocantins

Zacarias Martins, poeta, escritor e jornalista de Gurupi, no Estado de Tocantins

Zacarias Martins

Zacarias Martins

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

terça-feira, 8 de julho de 2008

TEMPORADA DE CAÇA AO VOTO

TEMPORADA DE CAÇA AO VOTO Por Zacarias Martins
Começou a temporada de caça ao voto do eleitor. E a campanha eleitoral deste ano promete ser a mais movimentada, principalmente, devido às novas regras impostas pela Justiça Eleitoral que visam, principalmente, coibir os abusos dos candidatos.
Como nas eleições anteriores, os candidatos estão terminantemente proibidos de distribuir qualquer tipo de benefício para conquistar o eleitor. A proibição inclui até mesmo distribuir camisetas, chaveiros e outros brindes.
Com isso, mais do que nunca, cada candidato deverá usar e abusar de sua criatividade. Tentar convencer o eleitor de suas propostas. E haja muita lábia para isso, sem contar os intermináveis apertos de mão, tapinhas nas costas e, é claro, o clássico ato de beijar as criancinhas da periferia. Pobres crianças!

A falta de preparo para se enveredar no mudo da política, não é mais problema para os chamados candidatos de primeira viagem. Nos dias atuais, a tradicional figura do cabo eleitoral saiu de cena. Em seu lugar surgiu o "Personal Candidater".

Trata-se de um importante profissional ligado à área de marketing político e que se adequou às novas exigências de um mercado cada vez, mas globalizado e competitivo e que busca levar seu candidato à vitória.

Ilustração: Orlandeli

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A CAVALGADA DO CRÉU


A cavalgada do créuLembro-me com o se fosse hoje dos tempos áureos da Cavalgada que integra o calendário de eventos da tradicional Exposição Agropecuária de Gurupi e sou tomado por uma sensação de saudosismo.

Naquela época (e não faz muito tempo), a Cavalgada era Cavalgada, mesmo (com C maiúsculo), onde cavaleiros e amazonas de todas as idades desfilavam garbosamente pelas ruas da cidade, seguidos de perto por carroças especialmente decoradas, tratores e máquinas agrícolas.

E assim a Cavalgada seguia o seu caminho rumo ao Parque de Exposições Antônio Lisboa da Cruz, numa algazarra saudável, sob o som de berrantes, forró e músicas sertanejas.
A moda em estilo country (ou caipira, mesmo, aqui prá nós), tomava de conta principalmente das moças e rapazes que faziam questão de se vestir a caráter para o evento. Havia uma preocupação quase que generalizada em se vestir como cowgirl e cowboy. Afinal, se vestir assim em época de festa da pecuária era considerado "fashion".

Mas, de uns tempos para cá, tenho constado que, com raríssimas e honrosas exceções, o belo tradicionalismo que sempre norteou o desfile da Cavalgada está praticamente sufocado por outros modismos que nada tem haver com evento.

Grupos de moças e de rapazes, totalmente descaracterizados, desfilaram pulando em cima da carroceria de veículos com aparelhagens de som num volume estrondoso, tocando insistentemente o que chamam de "sucesso do momento": o ritmo funk "A dança do creu" .

Já foi dito que questão de gosto não se discute, mas se os organizadores desse evento não tomarem providências para coibir esse tipo de coisa, a tradicional Cavalgada de Gurupi corre sério risco de se transformar num grande baile funk.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

ESCOLA DE CANUANÃ PROMOVE SARAU EM COMEMORAÇÃO AO MÊS DA POESIA


A Escola de Canuanã, da Fundação Bradesco, em Formoso do Araguaia, respirou poesia na noite de segunda-feira, dia 31 de março. Tudo por conta do sarau lítero-cultural realizado para encerrar com chave de ouro a movimentada programação festiva em comemoração ao Mês da Poesia.
O evento contou com a participação especial do poeta e jornalista Zacarias Martins e que na oportunidade estava representando a Academia Tocantinense de Letras. Já o poeta e cronista José de Ribamar Aves dos Santos, estava representando a Academia Gurupiense de Letras. A festa contou ainda com a presença do poeta e cantador Palmares, além de Chiqunho Chocolate.
Na programação festiva, muita declamação de poemas, apresentações cênicas, de música e de dança, apresentados por alunos de todas as séries e professores que relembraram a trajetória musical de Chiquinha Gonzaga, pioneira maestrina brasileira, na arte do Choro; autora de um dos maiores clássicos do carnaval: a marcha Ô Abre Alas.
Os alunos apresentaram performances sobre a ilustre maestrina homenageada. Algumas apresentações chegaram a emocionar o publico presente, como a de dois casais de crianças que vestidos em traje de época, dançaram uma bela valsa de Chiquinha.
Após as apresentações de alunos e professores, os poetas Zacarias Martins, José de Ribamar e Palmares se revezaram no palco declamando suas poesias. Por último Chiquinho Chokolate entrou em cena, cantando a marcha Ô Abre Alas e outras composições de Chiqunha Gonzaga, bem como sucessos de bandas carnavalescas da Bahia e tudo terminou num grande baile de carnaval.
Fonte: Jornal Cocktail - Gurupi, 04/04/2008

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A CARTONAGEM NOVELESCA


A novela envolvendo o escândalo do uso indiscriminado de cartão corporativo do governo federal promete que os próximos capítulos serão emocionantes, com direito até, a cenas picantes que poderão dar um tempero nada ortodoxo ao enredo.

Para garantir a audiência desse episódio novelesco, principalmente em ano eleitoral, os partidos de oposição não perderam tempo e saíram a campo na busca de conseguir as assinaturas necessárias para a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito, mais conhecida como CPI.

O que mais chama a atenção, é que parlamentares da base governista não se fizeram de rogado e também foram a campo pela instalação da CPI, de preferência, no Senado, onde o número de parlamentares é bem menor do que na Câmara, o que, obviamente, facilitaria o cooptação de "novos aliados".

Criado o impasse sobre a criação de uma comissão para investigar o mau uso dos cartões corporativos, curiosamente, a turma do governo e da oposição fechou um acordo.
Para se chegar ao entendimento que atendesse ambas as partes, os governistas aceitaram apoiar a instalação de uma CPI mista, formada por deputados e senadores, enquanto os oposicionistas, por sua vez, admitiram que os gastos com cartões corporativos fossem investigados desde 1998, incluindo, portanto, a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.


Uma coisa é certa: com os antecedentes de CPIs que marcaram os anais do Congresso Nacional, o circo está armado e o espetáculo garantido.

Posso até antever algumas cenas pitorescas dessa novela, com o aparecimento de uma "musa" da CPI, ou talvez a descoberta da utilização do cartão corporativo para a aquisição de uma boneca inflável numa sex shop para alguém da Presidência da República, cuja compra teria sido mantido em sigilo por se tratar de assuntos ligado à segurança nacional.

Quem viver, verá. Isso é Brasil. Durma-se com esse barulho.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

CELIBATISMO ETÍLICO


Por Zacarias Martins


Não é segredo pra ninguém de que o presidente Lula é chegado a uma manguaça. Por isso causou estranheza quando ele mandou proibir a comercialização de bebidas alcoólicas nas estradas federais do país a partir desta sexta-feira, dia 1º. O objetivo, segundo as autoridades do setor (rodoviário, é claro), é diminuir os elevados índices de acidentes que rotineiramente acontecem em nossas estradas.


Os cachaceiros de carteirinha dizem que se trata de mera perseguição política, só porque o médico particular de Lula o teria proibido de exagerar na dosagem etílica depois das partidinhas de futebol com o time do Planalto, na Granja do Torto. Será que foi mesmo uma vingança do presidente?


Há quem acredita que o motivo do elevado número de acidentes nas estradas federais seria as péssimas condições de nossa malha viária, que há anos coleciona uma quantidade com considerável de buracos e que a qualquer momento vai entrar para o Livro dos Recordes.


Que façanha, hein?


As conseqüências dessa medida vão além do que se pode supor. A que tudo indica, a proibição também atinge a venda de bebidas em motéis que ficam à beira dessas estradas.


Já posso até imaginar os cartazes educativos na entrada desses estabelecimentos: "Se furunfar, não beba; Se beber não furunfe", ou coisa do tipo: "Não faça da bebida uma arma, a vítima poderá ser você... e o bilau não funcionar".


Confesso que sou leigo em jurisprudência, mas até agora ninguém me convenceu o que uma coisa tem haver com a outra. Afinal, proibir a venda de bebidas alcoólicas nos motéis que ficam à beira das estradas federais não seria invasão de privacidade???


E onde ficam os direitos dos cidadãos???

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Centro Cultural de Gurupi está entregue aos mortos ilustres


Imagine um local onde a contemplação e alegria deveriam ser acontecimentos mais que normais, onde a população pudesse comparecer e desenvolver arte e pensamento crítico, este lugar é um centro cultural.

Em Gurupi, (TO), até existe o espaço, é o Centro Cultural Mauro Cunha, como é conhecido, mas seu maior destaque acontece mesmo, quando alguma figura proeminente da cidade “parte para o andar de cima”, ou, “viaja fora do combinado” como dizem outros. Neste momento, o Centro Cultural corre à boca miúda e se torna a pauta dos debates do município.

Há aqueles que são a favor de se transformar o Centro em capela mortuária e até defendem o gesto magnânimo do prefeito para com a família do morto, geralmente figura ilustre, que “contribuiu para o progresso de Gurupi”. Mas cabe aqui uma indagação. A população mais humilde da cidade também não contribuiu para o desenvolvimento do município com sua força de trabalho espoliada? Se for para transformar o Centro Cultural em capela mortuária, que seja para todos. Divisão social até na hora morte é o cúmulo da desigualdade.

Para justificar a utilização do Centro Cultural pelas figuras “proeminentes” que jazem sem o sopro da vida, um residente da charmosa e hospitaleira Gurupi até disse em artigo opinativo que “os rituais fúnebres, os velórios, as sentinelas, são uma genuína reflexão cultural filosófica dos povos, que o homem carrega na alma, desde priscas eras”. Realmente um artigo opinativo hilário, tem vocação para a comédia o seu autor.

Mas a verdade é que, é desagradável transformar um local com vocação para alegria e contemplação em um ambiente sombrio, sem energia, para não dizer com energias negativas assentadas. Para o poeta e escritor Zacarias Martins, a população de Gurupi, ao que tudo indica, até já se acostumou com os “eventos”, pois segundo ele, o que mais acontece naquele Centro é velório. Cultura que é bom, necas.

Martins ainda reconhece o esforço de Lucirez Amaral à frente da Fundação Cultural de Gurupi, mas segundo informa, ela não tem autonomia financeira e nem política para tocar o barco, pois o prefeito de Gurupi não investe em cultura. Acreditamos em seu pronunciamento e temos convicção que realmente o prefeito João Cruz deveria ser mais sensível à questão cultural.

Segundo o escritor, alguns vereadores até já apresentaram requerimentos solicitando ao prefeito que não mais autorizasse a realização de velórios naquele local. Também solicitaram a construção de uma casa de velórios no centro de Gurupi, mais tudo ficou nas gavetas do gabinete do prefeito.

Na sexta-feira, (11), mais uma vez as atividades no Centro Cultural foram paralisadas por causa de um velório, fato que mais uma vez causou a indignação daqueles que defendem a utilização do espaço apenas para arte. O Centro Cultural, onde também funciona a Galeria de Artes Kathiê Tejeda, tem um regimento interno elaborado pela classe artística que afirma que o espaço só poderá ser utilizado para atividades culturais.

O Conexão Tocantins neste momento solidariza-se com a classe artística do município e com aqueles vereadores que já solicitaram ao prefeito a construção de um local apropriado aos velórios no centro de Gurupi. Os artistas têm dado o exemplo ao não utilizar o espaço para os velórios dos seus e o que se espera é que a população assuma também esta causa e exija do executivo municipal a construção de uma capela.

Fonte: Site Conexão Tocantins

http://conexaotocantins.com.br/noticia/centro-cultural-de-gurupi-esta-entregue-aos-mortos-ilustres/1208