Abertura
do II Congresso, no Teatro Estação Gasômetro (Foto: Eduardo Santana )
Por Gil Correia
Há eventos que acontecem
e logo são esquecidos. Outros, porém, permanecem. Não só na memória de quem
esteve presente, mas também nas páginas, nas imagens, nos vídeos, nas redes,
nas conversas e, sobretudo, nos corações. O II Congresso Brasileiro dos
Jornalistas e Comunicadores de Turismo, realizado em Belém do Pará, entre os
dias 10 e 15, foi desses. Um encontro que deu certo. E deu certo por muitos
motivos.
Comecemos pela geografia.
Belém, guardiã da Amazônia, com seu povo acolhedor e uma cultura pulsante, foi
mais do que palco. Foi protagonista. Receber profissionais de diversos estados
do Brasil e convidados internacionais do Uruguai, Portugal e Espanha não é
tarefa simples. Mas Belém recebeu a todos com a elegância de quem sabe o valor
que tem.
A FEBTUR Nacional e a
FEBTUR Pará acertaram em cheio na curadoria da programação, que foi plural, inquieta, necessária. Entre
mesas-redondas, palestras e rodas de conversa, os participantes mergulharam em
temas urgentes, comunicação estratégica, turismo sustentável, clima, Amazônia,
produção turística e o futuro do Pará num ano simbólico, com a COP 30 se
aproximando como marco histórico. O tema central do congresso foi preciso e
provocador: “Sustentabilidade também se faz com informação”, um chamado à
responsabilidade comunicativa diante dos desafios ambientais e sociais.
Visita à fábrica de chocolates artesanais localizada num belo projeto de agrofloesta na ilha do Combu (Foto: Gil Correia)
Experiências e vivências
Além do conteúdo teórico,
o congresso se destacou pelas vivências e experiências práticas. Os
participantes puderam percorrer roteiros cuidadosamente planejados, com
imersões em destinos turísticos emblemáticos da região amazônica, como Belém
(continental e insular), Augusto Corrêa, Bragança, Salinópolis, Combu e
Mosqueiro. Foi uma oportunidade única de conhecer in loco iniciativas de
turismo comunitário, projetos culturais, ações de valorização da gastronomia e
das tradições locais. Uma aula viva de como o turismo pode e deve caminhar
junto com as comunidades, respeitando o bioma, a identidade e os saberes
regionais.
Mais do que eventos
paralelos, houve encontros profundos entre visões de mundo, entre experiências
distintas, entre o que somos e o que ainda podemos ser como país que precisa
compreender melhor seu potencial turístico, natural e comunicacional.
Comitiva de jornalistas em visita à Fazenda Buriti, no município de Augusto Correia (Foto: João Ramid)
Mobilização e engajamento
O congresso também
cumpriu um papel que vai além da troca técnica, ele mobilizou. O engajamento
dos profissionais foi tamanho que, mesmo um mês após o encerramento, mais de 1.300
matérias produzidas ou em produção, publicadas ou ainda em fase de publicação,
repercutindo o que foi vivido ali. O evento se tornou pauta viva, matéria em
movimento, sinal claro de que algo muito maior foi plantado em solo amazônico.
De Gurupi, no Estado do Tocantinis, o jornalista Zacarias martins ficou encantado ao fazer um regisro especial tendo ao fundo uma bela Samaúma de cerca de 300 anos na Iilha do Combu. Trata-se de uma árvore gigante da Amazônia, considerada sagrada por muitos povos indígenas e possui grande importância cultural e ecológica. (Foto: Gil Correia)
Outro ponto alto foi a
sólida rede de apoio e patrocínio que viabilizou e fortaleceu o congresso. A
parceria entre a FEBTUR, o Ministério do Turismo, Sebrae Pará, Vale, Equatorial
Energia e dezenas de parceiros locais, como a Prefeitura de Belém, Prefeitura
de Augusto Corrêa, Governo do Pará, Fecomércio/PA, Sudam, e empresas do setor
como Carvalho Tur, Casa de Saulo, Henvil Transportes, Point do Açaí e o Belém
Convention & Visitors Bureau, mostrou-se exitosa e vitoriosa. O saldo
positivo não foi apenas logístico ou financeiro. Foi institucional, social e
humano. A confiança no projeto e no seu propósito foi recompensada com
resultados concretos e duradouros.
Em um tempo de urgências
ambientais e desafios comunicacionais, o II Congresso mostrou que é possível
alinhar ética, turismo e jornalismo em torno de um bem maior: o desenvolvimento
humano e sustentável. E mostrou, sobretudo, que quando há organização, espírito
coletivo e compromisso com o futuro, não há fronteiras que nos detenham.
Novos rumos e ações
Se o II Congresso foi
grande, a promessa do que virá é ainda maior. Em 2026, o segundo encontro
nacional, já em fase de preparação. Em 2027, o III Congresso Nacional. Mas se
aprendemos algo em Belém, é que mais do que planejar datas, precisamos manter o
espírito aceso da colaboração, do engajamento, de construção conjunta.
Evento nacional promovido pela Febtur em Belém do Pará teve seis dias de atividades intensas, incluindo palestras e painéis, visitas técnicas, imersões culturais e lançamento de ferramentas de comunicação para o setor (Foto: Eduardo Santana)
O II Congresso foi,
enfim, um farol aceso sobre o turismo brasileiro. E nós, jornalistas e
comunicadores, saímos de lá não apenas com pautas, mas com propósito renovado
de comunicar para transformar. E, por que não, fazer turismo como missão de
pertencimento e amor ao que é nosso.
Missão cumprida. Que venham outras e novas missões. A FEBTUR está preparada.

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