sábado, 12 de julho de 2025

JORNALISTAS DE TURISMO - Um congresso que deu certo

 

Abertura do II Congresso, no Teatro Estação Gasômetro (Foto: Eduardo Santana )

 

Por Gil Correia

 

Há eventos que acontecem e logo são esquecidos. Outros, porém, permanecem. Não só na memória de quem esteve presente, mas também nas páginas, nas imagens, nos vídeos, nas redes, nas conversas e, sobretudo, nos corações. O II Congresso Brasileiro dos Jornalistas e Comunicadores de Turismo, realizado em Belém do Pará, entre os dias 10 e 15, foi desses. Um encontro que deu certo. E deu certo por muitos motivos.

Comecemos pela geografia. Belém, guardiã da Amazônia, com seu povo acolhedor e uma cultura pulsante, foi mais do que palco. Foi protagonista. Receber profissionais de diversos estados do Brasil e convidados internacionais do Uruguai, Portugal e Espanha não é tarefa simples. Mas Belém recebeu a todos com a elegância de quem sabe o valor que tem.

Jornalistas na orla da cidade de Augusto Correia (Foto: João Ramid)

A FEBTUR Nacional e a FEBTUR Pará acertaram em cheio na curadoria da programação, que  foi plural, inquieta, necessária. Entre mesas-redondas, palestras e rodas de conversa, os participantes mergulharam em temas urgentes, comunicação estratégica, turismo sustentável, clima, Amazônia, produção turística e o futuro do Pará num ano simbólico, com a COP 30 se aproximando como marco histórico. O tema central do congresso foi preciso e provocador: “Sustentabilidade também se faz com informação”, um chamado à responsabilidade comunicativa diante dos desafios ambientais e sociais.


Visita à fábrica de chocolates artesanais localizada num belo projeto de agrofloesta na ilha do Combu (Foto: Gil Correia)

Experiências e vivências

Além do conteúdo teórico, o congresso se destacou pelas vivências e experiências práticas. Os participantes puderam percorrer roteiros cuidadosamente planejados, com imersões em destinos turísticos emblemáticos da região amazônica, como Belém (continental e insular), Augusto Corrêa, Bragança, Salinópolis, Combu e Mosqueiro. Foi uma oportunidade única de conhecer in loco iniciativas de turismo comunitário, projetos culturais, ações de valorização da gastronomia e das tradições locais. Uma aula viva de como o turismo pode e deve caminhar junto com as comunidades, respeitando o bioma, a identidade e os saberes regionais.

Mais do que eventos paralelos, houve encontros profundos entre visões de mundo, entre experiências distintas, entre o que somos e o que ainda podemos ser como país que precisa compreender melhor seu potencial turístico, natural e comunicacional.


Comitiva de jornalistas em visita à Fazenda Buriti, no município de Augusto Correia (Foto: João Ramid)

Mobilização e engajamento

O congresso também cumpriu um papel que vai além da troca técnica, ele mobilizou. O engajamento dos profissionais foi tamanho que, mesmo um mês após o encerramento, mais de 1.300 matérias produzidas ou em produção, publicadas ou ainda em fase de publicação, repercutindo o que foi vivido ali. O evento se tornou pauta viva, matéria em movimento, sinal claro de que algo muito maior foi plantado em solo amazônico.


De Gurupi, no Estado do Tocantinis, o jornalista Zacarias martins ficou encantado ao fazer um regisro especial tendo ao fundo uma bela Samaúma de cerca de 300 anos na Iilha do Combu. Trata-se de uma  árvore gigante da Amazônia, considerada sagrada por muitos povos indígenas e possui grande importância cultural e ecológica.   (Foto: Gil Correia)

Outro ponto alto foi a sólida rede de apoio e patrocínio que viabilizou e fortaleceu o congresso. A parceria entre a FEBTUR, o Ministério do Turismo, Sebrae Pará, Vale, Equatorial Energia e dezenas de parceiros locais, como a Prefeitura de Belém, Prefeitura de Augusto Corrêa, Governo do Pará, Fecomércio/PA, Sudam, e empresas do setor como Carvalho Tur, Casa de Saulo, Henvil Transportes, Point do Açaí e o Belém Convention & Visitors Bureau, mostrou-se exitosa e vitoriosa. O saldo positivo não foi apenas logístico ou financeiro. Foi institucional, social e humano. A confiança no projeto e no seu propósito foi recompensada com resultados concretos e duradouros.


Belém foi o grande palco para a realização do II Congresso da Febtur. (Foto: Bruno Cecim/ Agência Pará)

Em um tempo de urgências ambientais e desafios comunicacionais, o II Congresso mostrou que é possível alinhar ética, turismo e jornalismo em torno de um bem maior: o desenvolvimento humano e sustentável. E mostrou, sobretudo, que quando há organização, espírito coletivo e compromisso com o futuro, não há fronteiras que nos detenham.

Visita ao Mangal das Garças com plantio de árvores (Foto Eduardo Santana)

Novos rumos e ações

Se o II Congresso foi grande, a promessa do que virá é ainda maior. Em 2026, o segundo encontro nacional, já em fase de preparação. Em 2027, o III Congresso Nacional. Mas se aprendemos algo em Belém, é que mais do que planejar datas, precisamos manter o espírito aceso da colaboração, do engajamento, de construção conjunta.


Evento nacional promovido pela Febtur em Belém do Pará teve seis dias de atividades intensas, incluindo palestras e painéis, visitas técnicas, imersões culturais e lançamento de ferramentas de comunicação para o setor (Foto: Eduardo Santana)

O II Congresso foi, enfim, um farol aceso sobre o turismo brasileiro. E nós, jornalistas e comunicadores, saímos de lá não apenas com pautas, mas com propósito renovado de comunicar para transformar. E, por que não, fazer turismo como missão de pertencimento e amor ao que é nosso.

Missão cumprida. Que venham outras e novas missões. A FEBTUR está preparada.

                                                             





Nenhum comentário: