sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Educanda do Projeto Poetas do Xodó, em Tocantínia, vence Prêmio Internacional

A jovem Dorisneide Duity de Sousa Xerente, de apenas 15 anos, aluna do Centro Educacional Fé e Alegria Frei Antônio, localizado na cidade de Tocantínia, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Internacional do Movimento de Educação Popular Integral e Promoção Social Fé e Alegria. O concurso reuniu estudantes de 20 países onde o movimento atua, premiando produções literárias que expressam a cultura, os sonhos e as realidades das juventudes atendidas pela rede.

Representando o Brasil, Dorisneide venceu na categoria “Contos”, com um texto que retrata a realidade de muitas estudantes indígenas que deixam suas aldeias para estudar na cidade, enfrentando desafios culturais, emocionais e sociais, mas também descobrindo novas possibilidades de futuro.

A estudante, que cursa o 8º ano do Ensino Fundamental, mora na Aldeia Salto, do povo Xerente, e participa do Projeto Poetas do Xodó, uma iniciativa idealizada pelo professor e poeta André Goveia,  e  busca formar novos leitores e escritores por meio da poesia, da literatura e da valorização da identidade cultural.

“Eu nunca imaginei que poderia ganhar um prêmio internacional. Muitos alunos indígenas não acreditam que podem escrever contos, poesias ou outros gêneros literários. Eu também não acreditava, mas quando entrei no Projeto Poetas do Xodó, com o incentivo do professor André Goveia, comecei a sonhar mais alto e a acreditar em mim”, contou emocionada a jovem escritora.

Dorisneide destacou ainda que o projeto foi um divisor de águas em sua trajetória escolar. Além de escrever o conto premiado, ela participa ativamente das produções literárias e está prestes a lançar um livro coletivo, do qual é uma das autoras.

O Projeto Poetas do Xodó,  idealizado e coordenado pelo professor e poeta André Goveia e desenvolvido no Centro Educacional Fé e Alegria Frei Antônio, tem transformado a relação dos alunos com a leitura e a escrita, valorizando a cultura regional e o protagonismo estudantil. Por meio de oficinas, saraus e produções autorais, o projeto tem revelado talentos e incentivado jovens a acreditarem em seu potencial criativo.


A conquista de Dorisneide simboliza não apenas o talento individual, mas também a força da educação popular, da literatura como ferramenta de inclusão social e do resgate da voz dos povos indígenas, que cada vez mais se fazem presentes nos espaços de produção cultural e acadêmica.

“Ver uma educanda indígena ser reconhecida internacionalmente mostra o poder da educação com afeto, da leitura com significado e da escrita como instrumento de transformação”, ressaltou o professor André Goveia.

Dorisneide, a aluna premiada e o seu professor, André Goveia

Com esse feito histórico, Dorisneide Duity de Sousa Xerente torna-se um símbolo de representatividade e inspiração para todos os estudantes da rede Fé e Alegria e para as comunidades indígenas do Tocantins e do Brasil.    



sábado, 18 de outubro de 2025

Fogo Sagrado: projeto da ABIX fortalece comunicação e saberes indígenas na prevenção de incêndios no Cerrado


No coração do Território Indígena Xerente, a Associação dos Brigadistas Akwe Xerente (ABIX) deu início ao projeto “Fogo Sagrado: Comunicação e Saberes Indígenas na Prevenção e Combate aos Incêndios no Cerrado”. A iniciativa utiliza os conhecimentos tradicionais do povo Xerente para o correto e responsável manejo do território e combate aos incêndios, unindo a expressão cultural, a preservação ambiental e a arte de comunicar. O projeto promoveu no último sábado uma oficina de design gráfico utilizando o Canva, na Aldeia Cachoeirinha (sede da ABIX), em Tocantínia (TO). As atividades estão sendo financiadas pelo Edital Raízes e Labora – Fortalecendo Soluções de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Trabalhadores(as) rumo à Justiça Climática e à Transição Justa, do Fundo Brasil de Direitos Humanos. 

A oficina de Design Gráfico com o Canva, ministrada pelo jornalista, pesquisador e designer gráfico Cristiano Viana, foi voltada à capacitação de jovens e adultos Xerente interessados na criação de materiais visuais, campanhas educativas e conteúdos digitais sobre as ações da ABIX e a cultura do seu povo.

Participaram seis integrantes da comunidade, todos com afinidade pela produção de conteúdo e desejo de atuar na divulgação das atividades e saberes que fazem parte da rotina dos brigadistas indígenas.

“Fiquei muito feliz com o envolvimento do grupo. O Canva é uma ferramenta acessível, que permite transformar ideias em peças criativas e educativas. Ver o interesse dos alunos em usar o design como forma de valorizar sua própria cultura e divulgar as ações da ABIX é inspirador. Eles têm muito a ensinar e também muito a mostrar ao mundo”, destacou o ministrante Cristiano Viana.

Durante a oficina, os participantes aprenderam noções de identidade visual, composição, tipografia, cores e como criar posts e banners digitais que possam ser utilizados em campanhas sobre prevenção de queimadas, preservação das veredas e valorização dos saberes tradicionais. O encontro faz parte da primeira etapa de formação do projeto, que inclui ainda oficinas de audiovisual, produção de vídeos com celular para mídias sociais, visando capacitar uma nova geração de comunicadores indígenas.

Associação

A presidente da Abix, Ana Shelley Rodrigues Barboza Xerente, reforçou a importância da ação como um marco de fortalecimento do protagonismo indígena na comunicação ambiental. “A Abix nasceu do trabalho dos nossos brigadistas, homens e mulheres Xerente que protegem o Cerrado e cuidam do nosso território com sabedoria ancestral. O projeto Fogo Sagrado vem para ampliar nossas vozes, mostrando que o combate ao fogo também passa pela comunicação. Queremos que o mundo conheça o que fazemos, nossas práticas sustentáveis e a nossa relação espiritual com o território.”

Criada em 2014, a Abix é composta por 72 brigadistas indígenas, sendo 29 mulheres, e tem se destacado nacionalmente por aliar técnicas modernas de combate ao fogo com o manejo tradicional do território e a educação ambiental.


Projeto 

Ainda de acordo com a presidente da Abix, o projeto “Fogo Sagrado” nasce desse acúmulo de experiências e integra a estratégia da Associação para ampliar sua presença nas redes sociais e fortalecer o diálogo entre povos indígenas, comunidades tradicionais e sociedade civil sobre justiça climática e preservação do Cerrado.

Para o jovem participante Jonas Xerente, a oficina foi um passo importante para unir tradição e tecnologia. “Eu sempre quis aprender mais sobre como criar posts e mostrar o que a gente faz aqui na aldeia. Agora, com o Canva, posso ajudar a divulgar o trabalho da brigada e também mostrar a beleza da nossa cultura. O projeto Fogo Sagrado é uma oportunidade de aprender e também de ensinar o valor do nosso território.”

Além das oficinas de formação, o projeto prevê a produção de 12 vídeos educativos, campanhas digitais sobre racismo ambiental e justiça climática, e a criação de uma série de cards informativos sobre o Cerrado e o manejo sustentável do fogo. As ações serão realizadas ao longo de 12 meses e contam com apoio do edital Raízes e Labora – Fortalecendo Soluções de Povos Indígenas, Comunidades Tradicionais e Trabalhadores(as) rumo à Justiça Climática e à Transição Justa, do Fundo Brasil de Direitos Humanos.



sábado, 11 de outubro de 2025

Professor André Goveia lança livro e recebe homenagem em Gurupi

O intelectual recebe os cumprimentos da prefeita de Gurupi, Josi Nunes, pela honraria recebida  da AGL, em reconhecimento público pela  sua contribuição para o fomento da literatura tocantinense

 


Por Laura Lopez - Jornal Cocktail

O poeta e professor de Tocantínia, André Goveia,  esteve em  Gurupi na tarde  de sexta-feira, dia 10, quando participou da   Jornada Literária 2025,  da Academia Gurupiense de Letras (AGL), realizada no Centro de Atividades do Sesc. Na oportunidade,  o intelectual promoveu o lançamento de seu livro “Hoje é dia de poesia”, publicado pela tradicional Editora Veloso.

O autor  comemora o sucesso do lançamento do seu livro em Gurupi

Poesia vibrante

Quem assina  o prefácio da obra é o poeta, jornalista e ativista Cultural Zacarias Martins, que destaca o potencial criativo  de Goveia no universo da poesia contemporânea tocantinense.

“Com a publicação dessa obra, a  poesia vibrante e irisada do poeta André Goveia, que vem das barrancas do rio Tocantins, tem a proeza de alçar voos mais altos, possibilitando ampliar ainda mais a partilha de sua inspiração poética, exteriorizando belos sentimentos”, assegura, Martins.

 

No período da tarde, Goveia participou de sessão de autógrafos para o lançamento de seu livro "Hoje é dia de poesia", publicado pela Editora Veloso.

Honraria

No período da noite, durante sessão solene da Academia Gurupiense de Letras, André Goveia, foi agraciado com a   Medalha Machado de Assis, uma honraria concedida pela AGL àquelas pessoas que efetivamente contribuem para o fomento literário e a formação de leitores no Tocantins.

André Goveia ao lado do festejado poeta Zacarias Martins

Como professor do Centro Educacional Fé e Alegria Frei Antônio (Cefya), em Tocantínia, o trabalho de André Goveia ganha destaque e o merecido reconhecimento público  ao colocar em prática o  criativo Projeto Poetas do Xodó, que desperta  nos alunos o prazer pela leitura e pela escrita. Brevemente os textos produzidos pelos alunos e orientados pelo professor André serão publicados numa antologia literária.

Foto oficial dos importais da Academia Gurupiense de Letras, da qual  o professor André Goveia é Membro Correspondente

Credenciais do Autor

Natural de Tocantínia, André Goveia é escritor, poeta, professor de carreira da rede estadual, pedagogo, especialista em Gestão Educacional e Metodologias de Ensino, licenciado em Letras. Também, é Mestre   em Educação.   O autor integra os quadros de    membro correspondente da Academia Gurupiense de Letras (AGL),   da Academia Paraisense de Letras (APL) e da Academia de Letras de Araguaína (Acalanto), da Academia Capixaba de Letras e Artes dos Poetas Trovadores (ACLAPTCTC), bem como, da  Academia de Letras e Artes de Goiás (ALG).

Participou do Anuário de Poetas e Escritores do Tocantins, nas edições de 2016, 2017, 2018 e 2019, bem como, da   Antologia Veloso – 2020.    Também está presente na coletânea Literatura Tocantinense (2020), organizada pelo professor Pedro Albeirice da Rocha.

Além de “Hoje é dia de poesia”,  Goveia é autor de mais outros  cinco  livros individuais  no gênero poesia,  sendo eles: “Recitando a Vida” (2018),  “Poesias da Vida” (2019),  “Poetizando Vidas” (2021), “Versos Mágicos” (2024) e “Capim Dourado Poético” (2025), todos publicados pela Editora Veloso, de Gurupi.

Em sessão solene realizada no Cine Teatro do Sesc em Gurupi, André Goveia é homenageado pela Academia Gurupiense de Letras


Escritores Juraci Teles, André Goceia e Jonair Rocha, durante movimentada tarde de autógrafos no Sesc de Gurupi






sábado, 4 de outubro de 2025

1ª Mostra Cultural Artes Sem Limites movimenta a cidade de Peixe

Equipe que coordenou a realização do evento na cidade de Peixe


Por Zacarias Martins – Fotos: Lettícia Japiassu

Numa iniciativa da AGA – Associação Gurupiense de Artesãos, a Feira Coberta da cidade de Peixe  foi o palco para a realização da 1ª Mostra Cultural Artes Sem Limites, que aconteceu na noite desta sexta-feira, dia 03, tendo  o envolvimento ativo  de fazedores da cultura local, além de alunos de escolas públicas e seus familiares que prestigiaram o acontecimento.

A coordenadora do Comitê de Cultura no Tocantins – regional sul/sudeste, e presidente da Associação Gurupiense de Artesãos, entidade organizadora dessa Mostra, Maria do Socorro Souza Barros, explica que além da cidade de Peixe, essa mostra também aconteceu em Formoso do Araguaia no mês passado e terá culminância com programação especial no próximo dia 11 de outubro, na Feirinha da Amizade, da Praça do Centro Cultural Mauro Cunha, em Gurupi.

Promoção da diversidade

Ainda de acordo com Maria do Socorro, esse evento tem como foco a promoção da diversidade e a integração social, bem como, a valorização de artistas PCDs (pessoas com deficiência), por meio de apresentações artísticas em geral.

“Estamos propiciando um espaço de visibilidade e reconhecimento  a esse público específico de PCDs”, informa Maria do Socorro, salientando que  além das apresentações artísticas, a Mostra  contou com uma diversificada exposição de artesanato tradicional produzido na região, promovendo, assim, a economia criativa do município.

Fomento cultural

A secretária de Cultura de Peixe,  Antônia Gomes,  mais conhecida  por  Toinha,  destacou a importância dessa parceria  com a  AGA para o fomento da cultura local  e comemorou o grande sucesso da realização da  1ª Mostra Cultural Artes Sem Limites, que contou com a presença  de  um bom público.

Sobre o projeto

A 1ª Mostra Cultural Artes Sem Limites é  um Projeto realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc – PAAR 2024, do Ministério da Cultura, operacionalizados pela Secretaria da Cultura do Tocantins. Trata-se de uma iniciativa da AGA e tem como parceiros, o Comitê de Cultura no Tocantins,  as prefeituras de Gurupi, Formoso do Araguaia  e Peixe, por meio de seus órgãos de Cultura,  além da APAE.










quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Escritor José Benilson participa da Feira Literária Estudantil Ribeirinha de Bela Vista

Representando a Academia Gurupiense de Letras (AGL),  o professor,  escritor e membro correspondente  dessa entidade, José Benilson, da cidade de Filadélfia, está participando da  Feira Literária Estudantil Ribeirinha de Bela Vista,  município de  São Miguel do Tocantins, que começou dia 30 de setembro e vai até  03 de outubro, com uma movimentada programação cultural.

O autor está aproveitando essa oportunidade para divulgar a segunda edição de seu livro O Barraria (história infantil),  publicado  pela Editora Veloso.

Explicação

“Na Barraria, existem vários contrastes, um dos que mais chama a atenção são os períodos de seca e de chuva. Na seca, as árvores  secam e caem as folhas. Os riachos, grotas e cacimbas igualmente  secam e a água para beber torna-se difícil porque se busca em lugares distantes, através de tração animal ou levada na cabeça para casa. Enquanto nos tempos chuvosos, o barro amolece virando um grande lamaçal, as árvores ficam frondosas, os sapos fazem festas nas águas que transbordam nos riachos, grotas, casinhas e também nas poças d’água ao redor da casa”, explica o autor.

Sobre o autor

José Benilson é graduado em pedagogia pela Universidade do Estado do Tocantins – UNITINS. Em 1991, foi responsável pela formação do grupo de teatro amador “Os Cobras”, de Filadélfia, com 26 participantes, que em 1995 foi incluído no primeiro Censo Cultural do Estado do Tocantins. Atualmente, também atua na Biblioteca Municipal da sua cidade, onde desenvolve um belíssimo trabalho de formação de leitores juto à comunidade local.


Livros publicados

Além de “O Barraria”,  o autor têm publicados os seguintes livros: “O Monólogo do Mauro da Latinha”, “Noite de primavera em Filadélfia” (contos) 2009; “Danças dos canibais” (poesia) 2010; 2016, e “Flor de Lótus” (Crônicas – 2023).  Participou, ainda, da “Antologia Literária Ruas Vazias – O coronavírus em prosa e verso (2020), organizada por Eliosmar Veloso, bem como, de sete edições da tradicional “Antologia Veloso” , publicada no período de 2014 a 2020.