A novela envolvendo o escândalo do uso indiscriminado de cartão corporativo do governo federal promete que os próximos capítulos serão emocionantes, com direito até, a cenas picantes que poderão dar um tempero nada ortodoxo ao enredo.
Para garantir a audiência desse episódio novelesco, principalmente em ano eleitoral, os partidos de oposição não perderam tempo e saíram a campo na busca de conseguir as assinaturas necessárias para a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito, mais conhecida como CPI.
O que mais chama a atenção, é que parlamentares da base governista não se fizeram de rogado e também foram a campo pela instalação da CPI, de preferência, no Senado, onde o número de parlamentares é bem menor do que na Câmara, o que, obviamente, facilitaria o cooptação de "novos aliados".
Criado o impasse sobre a criação de uma comissão para investigar o mau uso dos cartões corporativos, curiosamente, a turma do governo e da oposição fechou um acordo.
Para se chegar ao entendimento que atendesse ambas as partes, os governistas aceitaram apoiar a instalação de uma CPI mista, formada por deputados e senadores, enquanto os oposicionistas, por sua vez, admitiram que os gastos com cartões corporativos fossem investigados desde 1998, incluindo, portanto, a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Uma coisa é certa: com os antecedentes de CPIs que marcaram os anais do Congresso Nacional, o circo está armado e o espetáculo garantido.
Posso até antever algumas cenas pitorescas dessa novela, com o aparecimento de uma "musa" da CPI, ou talvez a descoberta da utilização do cartão corporativo para a aquisição de uma boneca inflável numa sex shop para alguém da Presidência da República, cuja compra teria sido mantido em sigilo por se tratar de assuntos ligado à segurança nacional.
Quem viver, verá. Isso é Brasil. Durma-se com esse barulho.
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