quinta-feira, 3 de julho de 2025

Comitê de Cultura no Tocantins presente na Conferência Regional de Políticas para as Mulheres em Gurupi

 Uma representação da regional Sul/Sudeste do  Comitê de Cultura no Tocantins marcou presença na Conferência Regional de Políticas para as Mulheres, promovida  na quarta-feira, 2, pela Prefeitura de Gurupi, por meio da Secretaria Municipal da Mulher e Cidadania, em parceria com o Governo do Tocantins, através da Secretaria de Estado da Mulher e Cidadania.

O evento realizado no Centro Cultural Mauro Cunha, reuniu autoridades locais e regionais, sociedade civil organizada, comunidade em geral e representantes de 19 municípios da região Sul do Estado.

A Coordenadora da regional Sul/Sudeste do Comitê de Cultura no Tocantins e presidente da Associação Gurupiense de Artesãos (AGA), Maria do Socorro Souza Barros, destacou o trabalho dos integrantes do Comitê na mobilização e em apresentações artísticas para esse evento que foi uma etapa regional importantíssima das conferências estaduais de políticas públicas das mulheres.

Maria do Socorro destacou que esse evento foi uma boa oportunidade que propiciou  um   momento especial de construção da política pública para a mulher, e lembrou que no  dia 20 de agosto acontece a Conferência Estadual e, posteriormente, a Conferência Nacional.

Sobre o Comitê de Cultura

O Comitê de Cultura no Tocantins é resultado de uma parceria entre a Federação Tocantinense de Artes Cênicas (FETAC), a Associação Gurupiense de Artesãos (AGA) e o Instituto Social Cultural Araguaia (ISCA). Com sede em Palmas, sob a coordenação geral do produtor cultural  Kaká Nogueira e uma equipe gestora, o comitê faz parte do Programa Nacional de Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC), e conta com representações regionais: uma em Gurupi, que cobre as regiões sul e sudeste do estado, e outra em Araguaína, responsável pela atuação no norte do Tocantins.














 





segunda-feira, 30 de junho de 2025

Projeto Circo-Lando leva alegria e a arte do circo a pessoas idosas em Gurupi

Por Zacarias Martins 

Dando sequência ao Projeto Circo-Lando, as palhaças Peteca e Potoca, interpretadas pelas atrizes Aline e Adriana Mendonça, foram uma atração à parte na culminância do 2º Campeonato de Vôlei Adaptado do Projeto EnvelheSER, da Prefeitura de Gurupi,   realizada no  último dia 27 de junho, no Centro de Atividades do Sesc em Gurupi. 

Trata-se de  iniciativa que visa promover o envelhecimento ativo e saudável entre idosos, oferecendo atividades físicas, cognitivas e culturais, além de atenção à saúde e bem-estar. Em Gurupi, o projeto é desenvolvido pela prefeitura, em parceria com diversas secretarias e organizações, e busca proporcionar mais qualidade de vida para pessoas com 60 anos ou mais. 

Integração Comunitária

Contemplado pela Lei Paulo Gustavo com recursos do Ministério da Cultura (MinC) e operacionalizados pela Secretaria de Cultura do Tocantins (Secult), o Projeto Circo-Lando, com as, as palhaças Peteca e Potoca, visa integrar a comunidade em geral com o universo lúdico e fantástico do circo e da palhaçaria em escolas da APAE e Centros dos Idosos, levando alegria e muita diversão, através da linguagem da palhaçaria e passando uma mensagem sobre os números clássicos de circo, onde as palhaças levam, histórias, números musicais, participação e interação com o público. 

Responsabilidade Social

A atriz Adriana Mendonça, explica que a proposta do projeto se insere dentro da arte Clownesca como responsabilidade social em meio ao universo educacional e social, com respeito à cidadania e às pessoas que possuem menos acesso às atividades Culturais, em Gurupi, Alvorada e Cariri do Tocantins. 



Resgate da palhaçaria

“Neste contexto, levar o riso e a magia dos clássicos da palhaçaria aos corações se faz indispensável”, afirma Adriana,  informando que a ideia do projeto surgiu a partir da vontade de resgatar os textos clássicos dos palhaços de circo, mantendo viva essa antiga tradição da arte circense, com muita alegria e diversão ao público. 

O espetáculo da dupla tem duração de uma hora em cada cidade, e sempre  após o espetáculo , acontece roda de bate papo, com o público.

O encanto da arte

Parceira de Adriana, a atriz Aline Mendonça lembra que a arte sempre esteve presente na vida das pessoas de várias maneiras, e em todos os tempos ela se faz necessária e indispensável, pois, enquanto muitos em seus lares entram em conflitos internos, a arte  circense encanta mundo a fora e enchem o nossos corações de alegria e satisfação. 

“Somos a arte do encontro, do olho no olho, tendo em vista levar alegria e o riso solto no rosto de cada pessoa, o que a arte da palhaçaria e do circo faz a milênios encantando gerações e gerações”, finalizou Aline.

Apresentação para os alunos das APAE de Gurupi

Apresentação na APAE  de Alvorada, no Sul do Estado



A dupla ainda se apresentou na Casa dos Idosos de Gurupi




quinta-feira, 26 de junho de 2025

Augusto Corrêa na busca do turismo sustentável sem perder a história

Orla da cidade com destaque para o Rio Urumajó. (Foto: GIberto Correia).


Por Gilberto Correia

Localizado na região Nordeste do Pará, Augusto Corrêa desponta como um dos municípios que buscam se reinventar por meio do turismo sustentável, sem abrir mão de sua memória histórica e tradições culturais. A cidade paraense, situada a cerca de 15 quilômetros de Bragança, integra a microrregião bragantina e faz parte da chamada Rota Amazônia Atlântica, um projeto que vem redesenhando o mapa turístico da região Norte do Brasil.

Origens e identidade cultural

Antes de ser município, Augusto Corrêa era conhecido como Vila de Urumajó, nome herdado do principal rio que banha a cidade. Sua história está profundamente enraizada nas origens indígenas dos Tupinambás, que foram os primeiros habitantes da região. Esses povos deixaram marcas indeléveis na cultura local, seja nas práticas de pesca artesanal, no modo de vida ribeirinho, nos saberes da floresta ou nos rituais tradicionais ainda preservados por algumas famílias da zona rural.

O município foi elevado à categoria de cidade em 1961 e recebeu o nome em homenagem ao político e jurista paraense Augusto Corrêa da Rocha. Desde então, tem mantido uma vida pacata, sustentada principalmente pela agricultura familiar, pesca, e mais recentemente, pelo ecoturismo em expansão.

Prefeito Estrela Nogueira (c) com parte dos integrantes da Rota Amazônia Atlântica,  no Sitio Raiz.  (Foto: João Ramid)


Turismo sustentável e a rota Amazônia Atlântica

A Rota Amazônia Atlântica é uma proposta de integração regional que envolve diversos municípios do nordeste paraense, com foco em valorizar a biodiversidade, a cultura tradicional e os atrativos naturais da região. Augusto Corrêa se destaca na rota por sua costa repleta de manguezais, praias semi-intocadas e uma rica rede de rios navegáveis, como o Rio Urumajó, que atrai turistas interessados em passeios de canoa, observação de aves e experiências comunitárias com populações locais.

A cidade tem apostado no turismo sustentável como forma de desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Iniciativas como hospedagens em casas de moradores, gastronomia baseada em produtos nativos (como o açaí, o peixe fresco e frutos do mar), e trilhas interpretativas pela floresta de várzea vêm sendo estruturadas com apoio de ONGs, universidades e do poder público.

Durante a recepção à comitiva da FEBTUR, realizada no Sítio Raiz, no dia 14 de junho, o prefeito Francisco Edinaldo Queiroz de Oliveira, mais conhecido como Estrela Nogueira, destacou os esforços da atual gestão para consolidar Augusto Corrêa como um destino estratégico dentro da Rota Amazônia Atlântica.

“Estamos no segundo mandato com o compromisso de fortalecer o turismo sustentável como uma política pública integrada. Acreditamos que desenvolver o turismo não é apenas atrair visitantes, mas cuidar das pessoas que aqui vivem. Por isso, temos investido em infraestrutura, educação, saúde e assistência social. Tudo isso faz parte de uma engrenagem que contribui para receber bem os turistas, mas principalmente, para elevar a autoestima do nosso povo, gerando oportunidades, renda e valorização cultural. A parceria com a Rota Amazônia Atlântica vem para somar forças nesse caminho de transformação e pertencimento,” afirmou o prefeito.

A fala reforça a ideia de que o turismo sustentável em Augusto Corrêa está sendo trabalhado como parte de um projeto de desenvolvimento humano e territorial, onde preservar a natureza e promover a cultura local caminham lado a lado com ações públicas contínuas e planejadas.

Praça da Matriz de Augusto Correia.  (Foto: Gilberto Correia)

Tradições e festas populares

Apesar de sua pequena população e perfil interiorano, Augusto Corrêa é um reduto cultural vibrante. Uma das maiores expressões de sua tradição é o círio de Nossa Senhora de Nazaré, que atrai milhares de romeiros e mistura fé, música e religiosidade em um espetáculo de devoção popular. Também se destacam os festejos juninos, os arrastões do carimbó e a produção artesanal de cerâmicas e biojoias feitas com sementes e elementos da natureza.

A oralidade continua sendo uma das maiores riquezas locais. As histórias passadas de geração em geração mantêm viva a memória dos pescadores antigos, das benzedeiras e dos líderes comunitários que lutaram para preservar o modo de vida ribeirinho.

Vista aérea da cidade de Augusto Corrêa. (Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará)

Potencial a ser explorado

Com um território marcado por belas paisagens, biodiversidade abundante e um povo acolhedor, Augusto Corrêa caminha a passos firmes na direção de um turismo que respeita o meio ambiente e fortalece os valores locais. Ainda há desafios, como a necessidade de melhorar o acesso viário, a infraestrutura básica e a capacitação de mão de obra local. Contudo, a cidade mostra que é possível crescer sem apagar o passado, equilibrando a tradição com a inovação.

Visita da Febtur

Durante a visita da comitiva de jornalistas e comunicadores de Turismo, que participaram do II Congresso da Febtur em Belém do Pará, um grupo de 20 pessoas se deslocaram até a cidade e participaram ativamente das visitas ao Sítio Raiz e na Fazenda Bacuri, conhecendo as atividades desenvolvidas, bem como de outros integrantes da rota Amazônia Atlântica, como o pescador Senhor Sacaca e o artesanato do Ipê Porã, entre outras ações praticadas pelos parceiros envolvidos.

Augusto Corrêa é, portanto, mais do que um destino turístico. É um retrato vivo da Amazônia paraense. Diversa, resistente, generosa e agora, com um futuro promissor, sem esquecer de onde veio.





sábado, 21 de junho de 2025

Regional Sul/Sudeste realiza em Gurupi reunião do Comitê de Cultura no Tocantins

 


 Participando de mais uma reunião na sede da regional sul/sudeste do Comitê de Cultura no Tocantnis, em Gurupi, planejando novas ações a serem colocadas em prática brevemente.

Sobre o Comitê de Cultura

O Comitê de Cultura no Tocantins é resultado de uma parceria entre a Federação Tocantinense de Artes Cênicas (FETAC), a Associação Gurupiense de Artesãos (AGA) e o Instituto Social Cultural Araguaia (ISCA). Com sede em Palmas, sob a coordenação geral do produtor cultural Kaká Nogueira e uma equipe gestora, o comitê faz parte do Programa Nacional de Comitês de Cultura do Ministério da Cultura (MinC), e conta com representações regionais: uma em Gurupi, que cobre as regiões sul e sudeste do estado, e outra em Araguaína, responsável pela atuação no norte do Tocantins.




 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Em Tocantínia, eletiva “Poetas do Xodó” emociona comunidade escolar com culminância literária e artística



Por Zacarias Martins

No último dia 18 de junho, às 8h da manhã, a Biblioteca Frei Antônio, no Centro Educacional Fé e Alegria Frei Antônio, foi palco de uma verdadeira celebração da palavra poética. A culminância da eletiva comum “Poetas do Xodó”, componente curricular desenvolvido ao longo do semestre sob orientação do professor André Goveia — poeta e escritor —, emocionou os presentes com uma programação sensível, criativa e profundamente enraizada na história da própria escola.

O tema trabalhado durante o semestre foi a “Poesia contemporânea: história e vida do fundador da escola, Monsenhor Pedro Pereira Piagem”, integrando vivências poéticas com a memória institucional e afetiva. A culminância foi aberta ao público e reuniu alunos, educadores, funcionários e familiares em uma atmosfera de afeto, arte e pertencimento.

Ao adentrar o evento, os visitantes foram recepcionados pela “Cortina de Poesias”, instalada na entrada do hall da biblioteca, onde estrofes escritas pelos alunos pendiam delicadamente como um convite para atravessar os versos com o corpo e o coração.

O professor André Goveia coordenou toda a ação desenvolvida pelos alunos.

Logo em seguida, uma das grandes atrações: um livro poético ilustrativo de um metro de altura, contendo criações autorais dos estudantes. O percurso poético seguia com um encantador Varal de Poesias, que exibia a leveza e pluralidade das produções, e murais com banners que uniam fotografias do fundador com poesias inspiradas em sua trajetória.

Uma mesa de exposição de cadernos de poesia dos alunos demonstrava a seriedade e o carinho dedicados às criações durante o semestre. Já um mural especial destacava o rosto e a voz poética de cada participante: uma fotografia acompanhada de um poema autoral, com foco na autoimagem e identidade poética.

Destaques

Entre os destaques interativos, uma mesa intitulada “Poesia para um funcionário” exibia envelopes personalizados, cada um contendo uma poesia dedicada a um membro da escola. Já a “Poesia no Vidro” encantou pela originalidade: garrafas de vidro recicladas, pintadas artisticamente, continham em seu interior pergaminhos poéticos amarrados por barbantes decorados com sementes de açaí coloridas — um convite à descoberta sensível.

Dentro da sala de leitura, um cenário cuidadosamente preparado relembrava a presença de Monsenhor Pedro por meio de um boneco artístico, um banner da eletiva e o quadro do fundador. Para cada grupo visitante, era exibido um vídeo com cenas das aulas do semestre, seguido por apresentações ao vivo de declamações poéticas dos alunos, incluindo uma poesia encenada sobre o fundador, embalada por músicas em francês e português, línguas que marcaram sua história.

Mural coletivo

No encerramento, os visitantes eram convidados a interagir com um mural coletivo, deixando em post-its versos autorais sobre a experiência vivida na eletiva — material que será posteriormente utilizado na composição de uma poesia coletiva dos alunos. Ao final, todos recebiam uma lembrança poética: um lápis e um poema fixado, como símbolo da semente que a poesia pode ser.

Para a diretora Rose Oliveira “ É muito bom ver os alunos apresentando os conhecimentos da sua eletiva para os convidados. É um momento de muita riqueza, protagonismo, criatividade, trocas de experiências. É o ensino e aprendizagem na prática. Parabéns Goveia com seus poetas e poetisas...” 

Para o professor André Goveia: “A culminância da eletiva “Poetas do Xodó” não foi apenas um evento de encerramento, mas sim uma celebração viva da arte, da história e do protagonismo estudantil. Nas aulas por meio de uma condução sensível, a poesia deixou de ser apenas conteúdo didático e tornou-se experiência, identidade e memória.”





quarta-feira, 18 de junho de 2025

Jornalistas e comunicadores vivenciam experiência única na Rota Amazônia Atlântica


Fazenda Bacuri propõe uma imersão na floresta e nos sabores amazônicos 

Município de Augusto Corrêa, no Pará, recebeu grupo de participantes do II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo


Por Gil Correia  - Fotos: João Ramid

Durante o II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo, realizado em Belém do Pará, um grupo seleto de profissionais da comunicação teve a oportunidade de conhecer de perto as experiências que fazem da Rota Amazônia Atlântica um verdadeiro exemplo de turismo sustentável, cultura viva e preservação ambiental.

No sábado, 14, a comitiva iniciou sua jornada pelo Sítio Raiz, em Augusto Corrêa,  a cerca de 230 km de Belém, onde foram recepcionados pelos produtores que mantêm viva a tradição da fabricação artesanal da famosa farinha de mandioca lavada, considerada uma das melhores do mundo. Além de acompanhar de perto todo o processo, desde o cultivo da mandioca até sua transformação em farinha, os jornalistas puderam saborear a gastronomia regional oferecida no restaurante local, onde peixes, frutos do mar e hortaliças frescas compõem um cardápio simples, mas riquíssimo em sabor e cultura.

Em seguida, o grupo partiu para a Fazenda Bacuri, referência internacional em sustentabilidade, gastronomia orgânica e preservação da floresta amazônica. Com seus 64 hectares de floresta nativa preservada, a fazenda encantou os visitantes não apenas pelos sabores, com geleias, licores, frutas secas e mel orgânicos, certificados nacional e internacionalmente, mas também pelas experiências que oferece.

Um dos momentos mais marcantes foi o Micoturismo Noturno, uma caminhada pela floresta para observar o fenômeno da bioluminescência, quando fungos emitem luz natural, criando um espetáculo mágico e raro. A experiência sensibilizou os visitantes sobre a importância da preservação dos ecossistemas e do equilíbrio natural. 

Sacaca mostra o preparo do “Avuado do Pescador”, peixe assado na brasa e servido na folha de guarumã 

“Avuado”

Antes da caminhada, o grupo foi conduzido para a cozinha da fazenda, para uma imersão na vida ribeirinha, conduzida pelo icônico Sr. Sacaca, pescador com mais de 50 anos de experiência, conhecedor dos segredos dos manguezais. 

Além de compartilhar seu conhecimento sobre o bioma e as técnicas tradicionais de pesca, ele mostrou o preparo do famoso “Avuado do Pescador”, peixe assado na brasa, servido na folha de guarumã, acompanhado de cuscuz de farinha e sucos naturais. Uma verdadeira celebração da culinária de subsistência dos pescadores amazônicos.

No ambiente acolhedor da própria Fazenda Bacuri, os visitantes também puderam conhecer os produtos sustentáveis e os artesanatos ecológicos do projeto Ipê Porã, que transforma materiais descartados em peças de decoração, utilitários e acessórios, reforçando a proposta de economia circular e consumo consciente, além de fortalecer a cultura e a economia local.

Participantes do II Congresso da Febtur durante visita ao Sítio Raiz, em Augusto Corrêa 

Histórias e saberes

Para o diretor financeiro da Febtur, Benneh Amorin, estar em Augusto Correia, “foi uma das experiências mais especiais da minha vida de viajante. Confesso que, em termos de destino, visitar Augusto Correia, especialmente a Rota Turística Amazônia Atlântica, foi espetacular”, resumiu o jornalista.

O encontro foi coroado com um jantar servido na fazenda, onde os sabores da Amazônia, preparados pelas mãos do pescador Sacaca, reuniram a todos em torno de uma mesa farta, cheia de histórias e saberes da floresta.

Essa jornada pela Rota Amazônia Atlântica revelou não só a riqueza ambiental e cultural da região, mas também a força do empreendedorismo sustentável que cresce de forma colaborativa. O município de Augusto Corrêa, onde boa parte dessas experiências acontece, começa a compreender cada vez mais a importância do turismo sustentável como vetor de desenvolvimento, geração de emprego e preservação do meio ambiente.

Comitiva de jornalistas que visitou a Fazena Bacuri

Para o presidente da Febtur Tocantins, Marco Aurélio Jacob, foi uma honra e alegria vivenciar a Rota Amazônica, em Augusto Corrêa, antigo povoado de Urumajó, a única representante do Norte entre as 20 rotas estratégicas do Brasil. 

“Foi uma imersão profunda - entre o silêncio e a escuridão da floresta, a luminosidade do Micotirismo e os fungos que brilham com sua fotoluminescência ancestral e os sabores autênticos da Amazônia. Uma experiência transformadora, que merece ser vivida, divulgada e valorizada como exemplo de turismo com identidade e alma brasileira”, enfatizou Jacob.

A mesma opinião tem o jornalista Zacarias Martins, que afirmou ter ficado entusiasmado e impressionado com a seriedade do trabalho e das pessoas envolvidas. “A Rota Amazônia Atlântica não é apenas um destino turístico, mas uma aula viva de sustentabilidade, cultura e respeito à natureza, que encantou jornalistas e comunicadores de turismo de todo o Brasil”, ressaltou Martins. 

Degustação no Sítio Raiz, beiju com leite de coco feito na folha de bananeira

O Congresso

O II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo foi realizado em Belém (PA), de 10 a 15 de junho e conta com o patrocínio do Ministério do Turismo, Sebrae Pará, Vale e Equatorial Energia, além do apoio do  Governo do Estado do Pará, por meio das Secretarias de Turismo, Cultura e Comunicação, Prefeituras de Belém (por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Semcult), Augusto Correia e Salinópolis, Fecomércio/PA, FBHA/CNC, Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

Também foram parceiros na iniciativa: Hotel Beira Rio, Casa de Saulo, Carvalhos Tur, Henvil Transportes, Point do Açaí, Instituto Aupaba, Belém Convention & Visitors Bureau, ABEOC Brasil, Sítio Raiz, LocMil Turismo, VerdeMar e Zoe Soluções Digitais.






“Agora Somos 13”

 

          Texto:Pastor Gilberto Silva - Fotos: Zacarias Martins

No coração do Distrito de São Raimundo de Borralhos, zona rural de Santo Antônio do Tauá, situado na região do Guamá, no estado do Pará, escondida entre matas, rios e histórias que o tempo não apaga, existe um pedaço de céu chamado Vila dos Anjos. E lá, mora um anjo de carne, osso, alma e sorriso largo, a Vó Dina, como carinhosamente é chamada dona Adinair, a matriarca de uma família que carrega raízes mais profundas que qualquer árvore daquele lugar.


Aos 87 anos, ela é mais que uma testemunha viva da história. É protagonista. Nunca saiu dali, nem precisou. O mundo inteiro parece ter vindo até ela, embalado nas risadas dos filhos, no corre-corre dos netos e no carinho dos bisnetos. Uma mulher que carrega no olhar a sabedoria dos que aprenderam que a vida vale mais quando se mede pelo amor e não pelo tempo.

Tive o privilégio - e não uso essa palavra por acaso - de conhecer Vó Dina, compromisso firmado com seu neto distante, Marcos Vinicius, missionário no SETECEB, há quase quatro anos, na cidade de Anápolis. E conhecer Vó Dina não é só apertar a mão, ouvir um muito prazer e seguir adiante. Conhecer, nesse caso, foi se permitir ser tocado por uma simplicidade que não se encontra nas cidades grandes, nem nos livros, nem nas filosofias complicadas. Está ali, no gesto simples de quem acorda, agradece, trabalha, cuida e ama. E o que era uma breve visita, se transformou em um belo almoço, visita à casa de farinha no quintal, aos vizinhos, amigos e demais familiares residentes na vila. E claro, um verdadeiro banquete, preparado pelas mãos da mãe do Marcos, dona Edilena e da irmã, Carol.

Cheguei forasteiro, saí neto. Assim mesmo. Sem burocracia, sem formalidade, sem exigência. Bastou um olhar, um sorriso, um abraço apertado e uma frase que ficou marcada na memória: - "Eu tenho doze netos..."

— "Agora são treze, Vó Dina. Porque eu entrei na família.", disse eu, cheio de presunção.

 



Ela sorriu, me puxou para perto e, naquele instante, selamos uma aliança que nem o tempo, nem a distância, nem os quilômetros entre Tocantins e São Raimundo de Borralhos podem desfazer.

Viver essa experiência foi entender que a vida não precisa ser complicada. Que felicidade não mora nos shoppings, nos apartamentos ou nas redes sociais. Mora ali, na lida diária, no cheiro do mato, no som do rio correndo, na roda de conversa sob a sombra da mangueira, no café passado na hora, no pão feito na mão, no abraço que acolhe sem perguntar de onde você veio.

Saí de lá com uma certeza de que preciso voltar. Voltar não só para rever a vó, agora minha vó, mas para reencontrar aquele pedaço de mim que, por vezes, a vida moderna insiste em esconder. Aquele que sabe que as coisas simples são, na verdade, as mais valiosas.

Na despedida, depois de oração, entrega de pão diário e muitos abraços, carreguei comigo mais que lembranças. Levei o privilégio de ser adotado por uma família que entende que amor não se divide, multiplica. E se me perguntarem hoje quantos netos Vó Dina tem, responderei com o peito cheio:

— Treze. E eu sou um deles.